Após décadas no corredor da morte, japonês preso injustamente recebe US$ 1,4 mi

Um japonês condenado injustamente por assassinato, que foi o sentenciado à pena capital que passou mais tempo no corredor da morte recebeu uma indenização de US$ 1,4 milhão (R$ 8 milhões), informou nesta terça-feira um porta-voz do Judiciário.

O pagamento representa 12.500 ienes (US$ 83) para cada dia das mais de quatro décadas que Iwao Hakamada passou na prisão, a maior parte do tempo no corredor da morte.

O ex-boxeador, atualmente com 89 anos, foi absolvido no ano passado das acusações de quatro homicídios em 1966, após uma campanha incansável de sua irmã e algumas organizações.

O tribunal distrital de Shizuoka informou que "serão concedidos ao demandante 217.362.500 ienes", disse um porta-voz da corte à AFP.

O mesmo tribunal determinou, em um novo julgamento em setembro, que Hakamada não era culpado e que a polícia havia manipulado as evidências.

Hakamada sofreu "interrogatórios desumanos para forçar uma declaração (confissão)", que depois retirou, segundo a decisão do tribunal.

O valor final é um recorde mundial para uma indenização do tipo, informou a imprensa japonesa.

Mas os defensores de Hakamada ressaltaram que o dinheiro não compensa a dor que ele sofreu.

A detenção de décadas, com a ameaça permanente de uma execução, afetou a saúde mental de Hakamada, afirmaram seus advogados, que disseram que ele "vive em um mundo de fantasia".

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Hakamada foi o quinto prisioneiro no corredor da morte que teve permissão para um novo julgamento no Japão do pós-guerra. Os quatro casos anteriores também resultaram em exonerações.

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