Hamas diz que aceitou nova proposta de mediadores para trégua em Gaza
Um alto integrante do gabinete político do Hamas disse neste sábado (29) que o movimento islamista palestino aceitou a nova proposta para um cessar-fogo em Gaza apresentada pelos mediadores e instou Israel a aprová-la também.
Há dois dias, recebemos uma proposta dos irmãos mediadores de Egito e Catar. A tratamos positivamente e a aprovamos. Esperamos que a ocupação [Israel] não a bloqueie. [...] As armas da resistência são uma linha vermelha, declarou Khalil al Hayya.
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A proposta prevê uma trégua durante os feriados islâmicos e judaicos que acontecem nos próximos dias. O cessar-fogo englobaria o Eid al-Fitr — festividade muçulmana que marca o final do Ramadã —, que ocorre entre hoje e amanhã, e a Páscoa judaica (de 12 a 20 de abril).
Outro membro do gabinete político do Hamas, Basem Naim, informou na sexta-feira que tinham ocorrido avanços nas conversas entre o movimento islamista e os mediadores, no momento em que Israel mantém uma intensa ofensiva em Gaza.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou que recebeu uma proposta dos mediadores. Ainda segundo o gabinete, uma contraproposta foi feita.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu realizou uma série de consultas ontem, de acordo com a proposta que foi recebida dos mediadores. Algumas horas atrás, Israel transmitiu aos mediadores uma contraproposta em coordenação total com os EUA.
Fontes palestinas próximas ao Hamas disseram à AFP que as conversas começaram na quinta-feira entre o grupo palestino e Egito e Catar, com o objetivo de reativar o acordo para um cessar-fogo e a libertação dos reféns.
Em 18 de março, Israel rompeu a frágil trégua que deu um respiro à população de Gaza por quase dois meses, retomou os bombardeios e, depois, as operações terrestres em todo o território palestino.
As conversas começaram um dia depois de Netanyahu ameaçar tomar partes do território da Faixa de Gaza, se o Hamas não libertar os reféns.
Por sua vez, o Hamas advertiu que, se Israel continuar bombardeando o território, corre o risco de que os reféns retornem em "caixões".
© Agence France-Presse