China ordena que suas companhias aéreas suspendam recebimento de aviões da Boeing

A China ordenou que as companhias aéreas nacionais suspendam todos os recebimentos de aeronaves da fabricante americana Boeing, em meio a uma crescente guerra comercial entre Pequim e Washington, informou a agência Bloomberg nesta terça-feira (15). 

O presidente americano, Donald Trump, declarou nesta terça-feira que a China desistiu de um grande acordo com a fabricante de aeronaves Boeing, ao rejeitar receber os aviões. 

"Curiosamente, eles simplesmente desistiram do importante acordo com a Boeing, afirmando que 'não tomarão posse' dos aviões", declarou Trump em sua rede, Truth Social.

Trump impôs tarifas de até 145% sobre a maioria dos produtos importados da China. Pequim retaliou com tarifas de 125% sobre as importações dos EUA. 

A China também pediu às companhias aéreas do país "que interrompam todas as compras de equipamentos e peças de aeronaves de empresas americanas", de acordo com a Bloomberg. 

As sobretaxas alfandegárias impostas por Pequim aumentam o custo das aeronaves e peças de reposição fabricadas nos Estados Unidos. As companhias aéreas chinesas dificilmente conseguem arcar com esse custo adicional.

Segundo a Bloomberg, o governo chinês também considera ajudar as companhias aéreas que alugam aviões da Boeing e enfrentam custos mais altos. 

A Boeing se recusou a fazer comentários.

Segundo seu site, sua carteira de pedidos continha 130 aeronaves para clientes chineses (companhias aéreas e empresas de leasing) no final de março. No entanto, alguns clientes preferem não ser identificados, então pode haver mais. 

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Por volta das 14h30 GMT (11h30 no horário de Brasília), as ações da fabricante americana eram cotadas em queda de 1,81% na Bolsa de Nova York.

Donald Trump fez das tarifas uma pedra angular de sua política econômica e uma importante ferramenta diplomática para obter concessões de outros países. 

O magnata republicano impôs uma tarifa universal de 10%, mas suspendeu tarifas mais altas para dezenas de parceiros comerciais por 90 dias, mantendo a pressão sobre a China. 

O presidente chinês, Xi Jinping, alertou na segunda-feira que o protecionismo "não levará a lugar nenhum" e que em uma guerra comercial "não haverá vencedores".

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© Agence France-Presse

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