Conselho Federal de Medicina proíbe tratamentos hormonais para menores trans

O Conselho Federal de Medicina (CFM) aumentou de 16 para 18 anos a idade mínima para que uma pessoa transgênero possa receber tratamentos hormonais no país, em uma resolução publicada nesta quarta-feira (16).

A administração de hormônios para que menores possam desenvolver características sexuais do gênero com o qual se identificam é objeto de discussão em vários países. No Brasil, foi autorizada pelo CFM em 2019.

Porém, este órgão regulador autônomo mudou de opinião e, a partir de agora, "esta terapia está vedada antes dos 18 (dezoito) anos de idade", de acordo com a resolução divulgada no Diário Oficial.

Os bloqueadores de puberdade também foram proibidos para "crianças e adolescentes" com "disforia de gênero", ou seja, a não correspondência entre o sexo biológico de uma pessoa e o gênero com o qual se identifica.

Essas práticas são motivo de crescente debate científico e legal em muitos países.

Quase metade dos estados dos Estados Unidos promulgou leis para proibir os tratamentos hormonais em menores trans. A Suprema Corte americana, de maioria conservadora, examina a constitucionalidade de uma dessas leis e, até agora, está dividida.

Os defensores dessas terapias argumentam que podem aliviar o sofrimento de menores com disforia de gênero.

No entanto, alguns países pioneiros em autorizá-las recuaram nos últimos anos, diante de testemunhos de adultos que se arrependem de terem se submetido aos tratamentos.

Em 2022, a Suécia decidiu suspender as terapias hormonais para menores e alegou a necessidade de observar com "precaução", algo que já havia sido feito pela Finlândia dois anos antes.

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No Congresso brasileiro, tramitam vários projetos de lei que visam criminalizar médicos que administrarem esses tratamentos a menores de idade.

Na Argentina, o governo ultradireitista de Javier Milei proibiu em fevereiro os tratamentos hormonais e as cirurgias de adequação de gênero em menores.

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© Agence France-Presse

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