França acusa Rússia de hackear campanha eleitoral de Macron em 2017

O Serviço de Inteligência Militar russo (GRU) hackeou e-mails da equipe de campanha de Emmanuel Macron durante a eleição de 2017, que o levou à presidência da França, afirmou a diplomacia francesa nesta terça-feira (29). 

Pela primeira vez a França atribuiu esse ciberataque ao GRU, em razão da publicação das últimas investigações da agência francesa de segurança informática ante a intensificação das ameças híbridas russas. 

O GRU "emprega há vários anos um 'modus operandi' ciberofensivo denominado APT28 contra a França", lamentou o chanceler francês, Jean-Noël Barrot, em uma mensagem no X. 

O APT - Advanced Persistent Threats (Ameaças Persistentes Avançadas em tradução literal) - associado ao número 28 é um ator russo bem conhecido pelos Estados Unidos e pelos países da União Europeia, que impuseram sanções a pessoas ou entidades vinculadas a esse grupo. 

Segundo esses países, o APT28 tenta desestabilizar a opinião pública. 

"Em 2017, em plena eleição presidencial, o APT28 participou de uma operação de hackeamento maciço" com o objetivo de espalhar dúvidas e influenciar a opinião pública, segundo um vídeo publicado por Barrot em sua conta no X. 

"Roubaram e divulgaram milhares de documentos com a esperança de manipular os eleitores, mas a manobra não consegue ter impacto real no processo eleitoral", acrescenta o vídeo em referência ao tema "Macron Leaks". 

A inteligência americana também acusou o ATP28, também conhecido como Fancy Bear, de interferir na eleição presidencial de 2016 para favorecer Donald Trump, publicando milhares de mensagens sobre o Partido Democrata e o entorno de sua rival, Hillary Clinton. 

Entre seus objetivos na França desde 2021, estão ministérios, empresas de armamento ou do setor financeiro, segundo as autoridades. 

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O APT28 também atacou organizações esportivas vinculadas à organização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2024, revelou a chancelaria em um comunicado. 

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© Agence France-Presse

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