Mineradora canadense apresenta aos EUA o primeiro pedido de exploração em alto-mar

A empresa canadense The Metals Company anunciou, nesta terça-feira (29), que apresentou aos Estados Unidos o primeiro pedido de mineração em águas internacionais, depois que Donald Trump expressou apoio a esta indústria controversa. 

O pedido de mineração comercial, apresentado às autoridades dos EUA pela subsidiária americana da empresa, a TMC USA, refere-se à extração de nódulos polimetálicos ricos em minerais estratégicos na área de Clarion-Clipperton, no Pacífico, de acordo com a empresa. 

"Hoje é um marco importante, não apenas para a TMC USA, mas para a independência mineral e o ressurgimento industrial dos Estados Unidos", disse Gerard Barron, CEO da TMC. 

A empresa canadense, que espera ser a primeira a explorar nódulos polimetálicos, um tipo de seixo rico em metal, no Pacífico, anunciou em março que queria solicitar ao governo dos EUA o primeiro contrato comercial de mineração em águas profundas.

Foi uma mudança de estratégia surpreendente: a empresa havia planejado inicialmente enviar seu pedido em junho à Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (AIFM), que tem jurisdição sobre os fundos marinhos em águas internacionais. 

Justificou sua estratégia pela lentidão da AIFM em adotar o "código de mineração", que deveria estabelecer as normas para a mineração comercial em alto-mar. 

Na semana passada, o presidente americano, Donald Trump, assinou uma ordem executiva com o objetivo de acelerar a análise de solicitações e a emissão de licenças de exploração, inclusive em águas internacionais, sob uma lei de 1980 que estabelece normas para a exploração e "recuperação comercial" de minerais do fundo do mar em águas internacionais. 

Os Estados Unidos não são membros da AIFM.

O anúncio da TMC nesta terça-feira "será lembrado como um ato de total desrespeito ao direito internacional e ao consenso científico", disse Ruth Ramos, do Greenpeace. 

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Os conservacionistas dos oceanos acreditam que a mineração em águas profundas ameaça ecossistemas cruciais e pouco conhecidos.

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© Agence France-Presse

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