Governo Trump reduz limites de 'químicos eternos' na água

O governo do presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (14) a sua intenção de eliminar parte dos limites impostos aos produtos "químicos eternos" na água potável nos Estados Unidos.

No comunicado, a Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) afirmou que manterá os níveis máximos apenas para duas destas substâncias, resistentes à degradação no meio ambiente, e eliminará os limites de outras.

Pesquisas recentes descobriram que quase 158 milhões de pessoas nos EUA têm acesso à água potável contaminada com substâncias perfluoroalquil e polifluoroalquil (PFAS).

Estes compostos químicos têm sido associados a problemas de saúde, como diminuição da fertilidade, câncer e distúrbios comportamentais em crianças. 

As regras impostas pelo governo do ex-presidente democrata Joe Biden em abril de 2024 foram vistas como uma resposta a décadas de enganos do setor, mas a administração Trump decidiu alterá-las.

O administrador da EPA, Lee Zeldin, afirma que os limites seriam aplicados apenas no PFOA e PFOS, dois produtos químicos eternos utilizados, por exemplo, em panelas antiaderentes de teflon, e ficariam isentos daqueles da nova geração desenvolvidos como substitutos. 

A agência também estenderia o prazo de conformidade para o PFOA e o PFOS, adiando-o de 2029 para 2031. 

O objetivo é "manter os padrões nacionais da agência para proteger os americanos do PFOA e do PFOS em sua água" e agir com "bom senso" para permitir "tempo adicional para a conformidade", declarou Zeldin em um comunicado. 

Os PFAS são chamados de "químicos eternos" porque levam milhões de anos para se decompor no meio ambiente. 

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Desenvolvidos pela primeira vez na década de 1930 e notáveis por sua força, resistência ao calor e propriedades repelentes de água e graxa, eles foram detectados em todos os lugares, desde as planícies do Tibete até o fundo do oceano, e no sangue de quase todos os seres vivos.

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© Agence France-Presse

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