Rüdiger, do Real Madrid, denuncia racismo em jogo contra o Pachuca

O zagueiro alemão Antonio Rüdiger, do Real Madrid denunciou um suposto ato racista na vitória do time merengue sobre o Pachuca do México por 3 a 1 neste domingo (22), em Charlotte, na segunda rodada do Grupo H da Copa do Mundo de Clubes da Fifa.

Após uma confusão entre os jogadores nos minutos finais da partida no Bank Of America Stadium, o árbitro da partida, o brasileiro Ramon Abatti, fez um "X" com os braços para ativar o protocolo da Fifa contra a discriminação racial.

Abatti fez o gesto quando Rüdiger, de 32 anos, se incomodou depois de uma discussão com o zagueiro argentino Gustavo Cabral, capitão do Pachuca. 

Após uma breve paralisação, o árbitro brasileiro encerrou a partida, que selou a eliminação do time mexicano.

"Tony nos disse algo, e nós o apoiamos. Vamos ver. Acho que o protocolo da Fifa foi ativado. Se isso aconteceu, medidas serão tomadas", disse o técnico do Real Madrid, Xabi Alonso, na entrevista coletiva pós-jogo.

"É inaceitável (...) No futebol, não há tolerância para isso e, se acontecer, que tomem as providências", acrescentou Alonso. "Foi o que Antonio nos disse, e acreditamos nele. Está sendo investigado agora".

"O árbitro fez um sinal de racismo, mas não houve nada de errado. É só uma palavra que usamos muito na Argentina: 'cagão [covarde] de merda'. Eu ficava dizendo a mesma coisa para ele", se defendeu Cabral em entrevista após a partida.

Rüdiger "acabou ficando de cabeça quente porque estávamos entrando no vestiário e ele estava querendo brigar. Nessa hora, o pulso vai a mil... Nada mais", acrescentou.

"Se quiserem procurar, vai estar na imagem. Eu digo a ele o tempo todo: 'cagão de merda, levanta'", afirmou o argentino.

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Por sua vez, o técnico do Pachuca, Jaime Lozano, disse que não sabia do ocorrido.

"Acabei de saber por você, você que está me contando. Não conversamos sobre isso no vestiário. Não falei com Cabral sobre isso. Não posso te dar uma explicação porque é a primeira vez que ouço essa notícia", disse Lozano um jornalista na entrevista coletiva.

"Não há justificativa alguma para isso, mas vou falar com ele [Cabral. Eu o conheço há muito tempo e nunca ouvi falar de nada parecido envolvendo jogadores do Pachuca. Não posso defender meu capitão a qualquer custo, mas vou falar com ele", afirmou o treinador.

Questionado sobre o bate-boca entre Rüdiger e Cabral, o atacante Salomón Rondón, do Pachuca, afirmou que "é só futebol", sem mencionar se houve alguma ofensa discriminatória.

"Isso acontece no futebol, as discussões passam, então não foi nada, Para mim, fica no campo", disse Rondón.

A Fifa ainda não se manifestou sobre o assunto.

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bur-mav/raa/cb

© Agence France-Presse

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