Oposição venezuelana quer declarar "crise humanitária" por falta de medicamentos
O partido Um Novo Tempo (UNT) pediu hoje (25) ao parlamento venezuelano, de maioria opositora, que declare o estado de "crise humanitária" devido à falta de medicamentos e que seja criada uma comissão parlamentar para encontrar soluções para a situação.
O pedido foi feito em Caracas pelo secretário de UNT, Carlos Valero, durante uma coletiva de imprensa, com a participação do presidente da Federação Farmacêutica de Venezuela (FFV), Freddy Ceballos.
De acordo com Carlos Valero, apesar de nos últimos anos a Venezuela ter registado elevadas receitas provenientes de petróleo, registra escassez até em medicamentos que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera de "acesso obrigatório, incluindo em condições de guerra".
"Em cada dez medicamentos que os venezuelanos procuram, podem conseguir somente dois. Neste mês de janeiro, há apenas sete milhões de unidades de medicamentos nas farmácias do país, quando deveria ter 45 milhões", lembrando a existência de falhas inclusive em materiais para exames rotineiros de sangue.
Para Freddy Ceballos, a Venezuela vive "uma situação nunca vista antes". Segundo Cebalos, há 80% de falhas no abastecimento de medicamentos. "Não se consegue medicamentos para diversas terapias. Antes, quando as falhas eram de 15%, havia alerta na indústria farmacêutica. A situação de agora é muito grave, mas o governo não toma medidas", disse.
Segundo o presidente da FFV, há "pacientes morrendo pela falta de medicamentos. Não há matéria-prima porque o Estado não aceita o que ocorre no país."Evidentemente temos de denunciar o que está ocorrendo", concluiu.
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