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Justiça do Rio determina que irmãos da Máfia da Saúde voltem para a prisão

27/01/2016 21h46

A Justiça do Rio de Janeiro determinou a expedição de novos mandados de prisão preventiva contra os irmãos Walter e Vagner Pelegrine, responsáveis pela organização social Biotech, presos no início de dezembro durante a Operação Ilha Fiscal, do Ministério Público estadual.

Acusados de integrar uma quadrilha que fraudou recursos públicos dos hospitais municipais Pedro II, em Santa Cruz, e Ronaldo Gazolla, em Acari, os irmãos estavam em prisão domiciliar, beneficiados por uma decisão do plantão judiciário, no dia 21 de dezembro. A fraude da chamada Máfia da Saúde chegou a R$ 48 milhões.

Segundo o relator do processo, desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, não compete ao plantão judiciário apreciar um pedido de habeas corpus que poderia ter sido apresentado ao juiz do processo.

Ainda de acordo com o relator, alguns fatos destacaram-se no processo, como a ocultação dos verdadeiros endereços residenciais por parte dos réus em conversas flagradas em escutas telefônicas, e indícios de uma suposta identidade falsa de Walter, também identificado sob o nome de Waldeir Nóbrega Silveira, "o que corrobora para a decretação da prisão preventiva".

Em seu relatório, o desembargador Almeida Neto diz que "há ainda fortes indícios que nos levam a crer que, diante da extensa organização criminosa criada, o acautelamento dos pacientes se faz necessário também a fim de impedir a alienação e/ou movimentação de bens ainda não identificados pelo Ministério Público, bem como impedir adulteração/falsificação de documentos que dificultem ou inviabilizem a instrução criminal".

Denunciados
Ao todo, 37 pessoas foram denunciadas pelo Grupo de Atuação Integrada na Saúde do Ministério Público do Rio à Justiça.

A prefeitura do Rio repassava dinheiro para Biotech para a manutenção dos hospitais. Mas, segundo a investigação, a empresa contratava fornecedores e pagava um valor mais alto do que os serviços valiam. Os fornecedores devolviam os valores para a organização, que lucrava com a diferença. Em alguns casos, as empresas contratadas nem prestavam os serviços. A cada R$ 3 milhões recebidos, cerca de R$ 1 milhão era desviado pela quadrilha.

Na casa dos irmãos Walter e Wagner Pelegrine, foram apreendidos veículos importados, como dois automóveis Ferrari, joias, cheques e cerca de R$ 500 mil em dinheiro, oriundos de prática criminosa.