Chanceler venezuelana visita o Brasil em meio a impasse político
A ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, visita o Brasil nesta sexta-feira (29), para se reunir com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira. O encontro ocorre no momento em que o país vizinho passa por instabilidade política após as últimas eleições que deram maioria à oposição no Parlamento. Na semana passada, o Parlamento venezuelano rejeitou decreto do presidente Nicolás Maduro que permitiria ao governo utilizar recursos orçamentários e atuar de forma mais intervencionista nas empresas.
Oficialmente, está previsto que Mauro Vieira e Delcy Rodríguez discutam temas bilaterais como cooperação fronteiriça, comércio e investimentos.Por isso, o ministro da Economia venezuelano, Luís Salas, também estará presente. De modo reservado, porém, os chanceleres devem abordar a crise política da Venezuela. Recentemente, o governo brasileiro tem se manifestado de forma mais enfática quanto à questão. Após a eleição da aliança opositora, o Itamaraty divulgou nota em que pede respeito ao pleito e diz confiar que a "vontade soberana" dos venezuelanos será respeitada.
Ontem (27), ao participar em Quito, no Equador, de reunião com chanceleres da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), o ministro Mauro Vieira mencionou a institucionalidade democrática e defendeu que os problemas da região devem ser solucionados internamente, de modo a respeitar a soberania dos países. "A tradição da solução pacífica de controvérsias por meio do diálogo e do direito internacional deve ser reforçada no âmbito da Unasul e é preciso valorizar as soluções encontradas na nossa própria região. No entanto, é também importante evitar escaladas retóricas que possam desvirtuar essa tradição", afirmou.
De acordo com o ministério das Relações Exteriores, o Brasil tem buscado "consistentemente" contribuir para promover o "diálogo político" e a institucionalidade democrática da Venezuela.
O encontro está marcado para as 9h30 no Palácio Itamaraty, em Brasília, e depois, os dois chanceleres vão fazer uma declaração à imprensa. Em 2015, a corrente de comércio entre os dois países chegou a US$ 3,7 bilhões. O Brasil exporta mais do que importa, tendo registrado no ano passado saldo positivo de US$ 2,3 bilhões.
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