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Prefeito do Rio descarta problemas na Olimpíada por causa do vírus Zika

29/01/2016 18h28

O aumento de casos de vírus Zika no país não deve prejudicar os Jogos Olímpicos, que serão disputados em agosto no Rio de Janeiro, na avaliação do prefeito da cidade, Eduardo Paes. 

"Não é um problema olímpico. Não estou dizendo que não é um problema. É um problema do Brasil que a gente tem que enfrentar de saúde pública, mas não acho que vai prejudicar a Olimpíada por isso. E a gente precisa ajudar a esclarecer isso", afirmou Paes, em entrevista após visita a barracões de escola de samba.

O prefeito lembrou que no mês em que os jogos serão disputados tradicionalmente há menor circulação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus Zika, da dengue e da febre chikungunya.

O governo federal iniciou hoje mobilização nacional para acabar com focos de reprodução do mosquito. Prédios de órgãos federais em várias cidades e instalações das Forças Armadas passaram por um mutirão de limpeza e para retirada de água acumulada. A presidenta Dilma Rousseff reuniu-se com governadores para traçar uma estratégia de combate ao inseto e disse que o Brasil precisa se mobilizar para acabar com a reprodução do mosquito

Mesmo para o carnaval, Paes não acredita que os registros de Zika irão afastar os turistas. "As pessoas confundem muito os números do estado com os da cidade. Não estou dizendo que é uma situação tranquila. É um verão típico para a proliferação do mosquito, esse calorzinho gostoso aqui, úmido, chove e sol. Sem dúvida alguma. É algo que a gente tem que estar atento". O prefeito visitou hoje os barracões das escolas de samba do grupo especial do Rio, na Cidade do Samba, região portuária da cidade, e ficou animado com o que será apresentado na Marquês de Sapucaí. 

Rio de Janeiro - Prefeito do Rio, Eduardo Paes, visitou os barracões das escolas de samba do Grupo Especial, na Cidade do Samba, região portuária (Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil)

Eduardo Paes visitou os barracões das escolas de samba do Grupo Especial, na Cidade do Samba, região portuária Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil

"No ano em que as escolas estão com menos patrocinadores e enfrentando mais dificuldades, que a vida não está tão fácil, tirando a ajuda extra que a prefeitura deu, mas a raça dessa gente é incrível. Os barracões estão lindos, há surpresas incríveis. Quem sabe este ano a Portela não vai?", completou, brincando com a possibilidade da sua escola favorita vencer o carnaval de 2016. 

Jogos Olímpicos

O presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Marcelo Pedroso, apresentou hoje a quarta atualização da Matriz de Responsabilidades da Rio 2016. O documento lista os projetos associados à organização e realização da competição. De acordo com a APO, o custo chegou a R$ 7,07 bilhões em 47 projetos

De acordo com Paes, 60% dos recursos aplicados nos projetos vieram do setor privado e maioria não teve sobrepreço. O prefeito disse que alguns locais de competição, como as arenas de Copacabana e as de box do RioCentro, não foram incluídas na matriz, porque não são de responsabilidade dos governos (União, estado e município) e sim do Comitê Organizador 2016.

"Tudo que não estiver ali [na matriz] passou para o comitê organizador. Achei que isso já estivesse claro quanto a Copacabana, estrutura do RioCentro. Acho que a matriz é um sucesso. A gente chega ao final, esta é a última matriz, praticamente, a não ser que surja algum fato muito extraordinário e mude os valores, 60% dos valores da Olimpíada e dos estádios pagos com recursos privados. Isso é absolutamente inédito na história das Olimpíadas". A matriz é um documento divulgado uma vez por semestre pela APO para o controle do andamento das obras e custos e inclui compromissos assumidos pelo Poder Público para a realização dos jogos.