Conselho de Ética do Senado desiste de ouvir testemunhas no caso Delcídio
O Conselho de Ética do Senado desistiu hoje (29) de ouvir como testemunhas do caso do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) o ex-chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira, o advogado Edson Ribeiro e Bernardo Cerveró. O depoimento dos três estava marcada para esta terça-feira, mas Bernardo está em viagem ao exterior e Edson e Diogo em prisão domiciliar.
Bernardo Cerveró foi o responsável por entregar ao Ministério Público a gravação da conversa em que Delcídio do Amaral oferecia a ele e sua família R$ 50 mil por mês para que seu pai, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, não firmasse acordo de delação premiada com a Justiça.
Delcídio ofereceu também um plano de fuga para Cerveró sair do país. Edson Riberio, então advogado do ex-diretor, e Diogo Ferreira participaram da reunião e foram presos junto com Delcídio em novembro do ano passado.
A defesa do senador no Conselho de Ética chegou a solicitar que também pudesse apresentar testemunhas, mas o relator, senador Telmário Mota (PDT-RR), preferiu desistir de ouvir os três envolvidos. "Como essas testemunhas vivem hoje essa situação [Bernardo fora do país e os outros dois presos], abro mão das três testemunhas. Com isso, o fato novo perde a razão e a solicitação da defesa para que sejam ouvidas novas testemunhas não precisa ser atendida", afirmou.
O conselho deferiu, no entanto, outro pedido da defesa, para que seja requisitado ao Supremo Tribunal Federal (STF) cópia dos autos do processo contra o senador, incluindo o áudio entregue por Bernardo Cerveró ao Ministério Público Federal. Os integrantes do conselho rejeitaram o pedido da defesa para que fosse realizada perícia técnica nos áudios e transcrições enviados pelo STF.
Depoimento
O depoimento de Delcídio do Amaral está marcado para o dia 7 de abril. Questionado se o senador comparecerá, o advogado do senador informou que ele está em licença médica (prorrogada por duas vezes) e que não tem como saber neste momento se ele terá condições físicas de estar no Senado no dia marcado.
"O senador Delcídio do Amaral não está presente aqui hoje não é por ato de sua deliberada escolha. Ele não está presente porque preferiu não estar. Ele não se encontra presente por uma imperiosa razão de ordem médica", acrescentou.
O advogado foi informado que o conselho oferece outras opções para que ele seja ouvido: por videoconferência, por meio de uma comissão que vá onde ele estiver ou entregando sua defesa por escrito. O relator citou as entrevistas concedidas recentemente por Delcídio a vários veículos de imprensa e pediu que ele tenha com o Conselho de Ética "o mesmo carinho", de modo que possa ser ouvido.
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