Oposição diz que atos menores contra o impeachment mostram perda de apoio
Lideranças de partidos de oposição na Câmara e no Senado disseram hoje (31) que as manifestações contrárias ao impeachment que ocorrem em todos os estados do país e no exterior nesta quinta-feira foram as menores até agora em defesa do mandato da presidenta Dilma Rousseff, o que, segundo eles, demonstra perda de apoio popular.
O líder do PSDB no Senado, senador Cássio Cunha Lima (PB), classificou os atos de "fiasco organizado" e criticou a participação de centrais sindicais na organização do evento. "Por mais que tenham tentado dar transporte, alimentação e dinheiro [para os participantes], foi menor que outras manifestações. Menor até que manifestações anteriores deles mesmos", comparou.
O presidente do Democratas, senador José Agripino Maia (RN), acredita que a presidenta vem perdendo apoio de seus movimentos de base. "Os petistas, que gastaram muita energia e muitos meios [para promover as manifestações], devem estar decepcionados, porque foi muito menor do que a anterior", disse. "Foi um movimento encabulado. Você vê a Esplanada dos Ministérios hoje e é uma coisa que deve estar causando muita decepção para eles".
De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, em Brasília, a manifestação contra o impeachment reuniu cerca de 50 mil pessoas.
Na Câmara, o líder do PSDB na Casa, Antonio Imbassahy (BA), também minimizou o apoio popular à Dilma Rousseff e disse que apenas movimentos sociais organizados ainda saem às ruas para defender a permanência da presidenta no governo. "São as bases sociais, movimentos sindicais. É exatamente o que tem o PT e o governo, movimentos sociais e alguns sindicatos organizados."
Imbassahy, no entanto, destacou o caráter pacífico das manifestações de hoje. "Felizmente tudo está ocorrendo com muita serenidade, sem nenhum tipo de incidente."
O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), disse que as manifestações são parte do processo democrático. "Até desmente um pouco a bobagem que fala do processo de impeachment como golpe", disse.
*Colaborou Luciano Nascimento
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