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Polícia não descansará até prender envolvidos em estupro, diz Beltrame

Do UOL*, em São Paulo

27/05/2016 13h35

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou nesta sexta-feira (27) que as autoridades "não vão descansar até identificar e prender" todos os envolvidos no estupro coletivo de uma jovem de 16 anos, ocorrido no último fim de semana, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro.

De acordo com o relato da jovem à polícia, ela teria sido violentada por 33 homens fortemente armados em uma casa no alto do Morro São José Operário, na Praça Seca. Os homens seriam ligados ao tráfico de drogas na região.

"Estamos com duas delegacias investigando essa barbárie, para uma rápida resposta à sociedade. Esse episódio mostra como operam as punições das facções criminosas, que ainda tentam impor o silêncio às vítimas e testemunhas. Não vão conseguir. Não vamos descansar até identificar e prender todos", disse Beltrame em comunicado publicado no Twitter da secretaria.

Campanha contra estupro - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
O estupro coletivo provocou campanhas contra violência sexual nas redes socias
Imagem: Reprodução/Facebook

Quatro suspeitos identificados

Até o momento, a polícia identificou quatro suspeitos de terem participado do estupro de uma jovem de 16 anos, no fim de semana passado. Dois são suspeitos de terem divulgado as imagens nas redes sociais; um é o rapaz que tinha um relacionamento com a jovem; e o quarto identificado aparece no vídeo ao lado da garota. 

Os crimes que estão sendo investigados são o estupro de vulnerável, já que a vítima é menor de idade, e a divulgação na internet de material pornográfico envolvendo menores. O titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, Alessandro Thiers, disse que ainda não é possível afirmar que eles tenham participado do estupro e, portanto, ainda não foi pedida a prisão dos suspeitos. 

Em depoimento à polícia, a adolescente contou que foi visitar o namorado em uma casa no alto da comunidade que era usada por homens ligados ao tráfico de drogas na região. Imagens postadas pelos supostos agressores no Twitter geraram indignação ao mostrarem a menina desacordada e nua. No vídeo, um homem afirma: "uns 30 caras passaram por ela".

Após passar por exames e receber medicamentos contra doenças sexualmente transmissíveis, a jovem agradeceu o apoio em uma mensagem publicada nessa quinta-feira. 

"Realmente pensei que seria julgada mal! Mas não fui", diz a jovem. "Não, não dói o útero e sim a alma por existirem pessoas cruéis sendo impunes!! Obrigada ao apoio." 

Cinco são suspeitos de estupro no Piauí

Outro estupro coletivo é investigado no Piauí. A Polícia Civil do Estado apura um caso com a participação de pelo menos cinco pessoas que teriam violentado uma adolescente de 17 anos no município de Bom Jesus na última sexta-feira (20).

De acordo com a polícia, a jovem foi encontrada amarrada em uma obra abandonada. A vítima precisou receber atendimento médico, mas já recebeu alta. Após uma briga com o namorado, ela teria ingerido bebida alcoólica e os suspeitos se aproveitaram do momento para cometer o crime.

"Estava transtornada", diz parece de jovem estuprada

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Temer promete criar ala da mulher na PF

Depois de um dia de silêncio, o presidente interino, Michel Temer, divulgou nota nesta sexta-feira em que repudia "com a mais absoluta veemência o estupro da adolescente no Rio de Janeiro". Temer prometeu ainda criar um departamento na Polícia Federal para combater a violência contra a mulher.

O primeiro a se manifestar sobre o caso no governo federal foi o ministro da Justiça, que mais cedo nesta sexta, divulgou nota informando sobre a reunião e também repudiando o ato criminoso. "O estupro representa a maior violência à dignidade da mulher e deve ser duramente reprimido", afirmou Moraes.

Na quinta-feira, 26, a presidente afastada, Dilma Rousseff, já havia manifestado solidariedade à jovem de 16 anos estuprada por vários homens no Rio de Janeiro. Em sua página no Facebook, Dilma classificou o ato dos 33 agressores de "barbárie".

* Com Agência Brasil e Agência Estado