Professores do Rio suspendem greve e voltam às aulas depois de quase cinco meses
Os professores da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro decidiram suspender a greve e voltar às salas de aula amanhã (27), depois de quase cinco meses paralisados. A decisão foi tomada hoje (26) em assembleia da categoria, após negociação intermediada pelo líder do governo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Edson Albertassi (PMDB). O coordenador-geral do Sindicato dos Profissionais de Ensino do Estado do Rio de Janeiro (SepeRJ), Marcelo Sant?Anna, considerou a greve vitoriosa, pois houve avanços na pauta de reivindicações da categoria com o governo. "Os profissionais de educação decidiram suspender a greve e entrar em estado de greve para que o governo avance em alguns itens da nossa pauta, que ele faça a publicação de itens que faltam ser regulamentados, como a sanção do projeto de lei de 30 horas para os funcionários administrativos - incluindo os inspetores de alunos -, o enquadramento por formação, e tem que devolver os descontos dos dias do mês de junho feitos no nosso contracheque. Tivemos conquistas históricas, como a eleição para os diretores de escola", listou Sant?Anna. Calendário letivo Segundo o sindicalista, é possível recuperar os dias letivos sem que haja prejuízo aos alunos e sem estender o período escolar para além do fim de 2016. "A gente acredita que tem como recuperar [o ano letivo] e inclusive temos propostas de reposição dos dias de greve. Vamos sentar com o secretário de Educação [Wagner Victer] para afinar a proposta. Vamos debater para que não haja nenhum prejuízo ao ano letivo do aluno." Sant?Anna criticou a postura do governo do Rio durante os quase cinco meses de greve. Segundo ele, o estado demonstrou "desinteresse pela educação". "O governo em vários momentos se mostrou bastante intransigente e demonstrou que a política dele não é a educação, mas sim em investimento na Olimpíada e em isenção fiscal para empresas. O que nós conseguimos em negociação sempre foi por intermédio da Alerj", criticou o sindicalista. A Secretaria de Educação do Estado foi procurada, mas não se pronunciou até a publicação desta reportagem.
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