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Se eleito, Freixo vai manter Clínicas da Família e mudar coordenação da saúde

Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil

28/10/2016 19h17

O candidato à prefeitura do Rio Marcelo Freixo (PSOL) vai manter as Clínicas da Família, criadas no governo do atual prefeito, Eduardo Paes (PMDB), porém pretende modificar o comando do sistema de saúde na capital, que hoje é privado. Segundo Freixo, o maior gargalo na saúde atualmente são os exames e as especialidades médicas. Freixo conversou com a Agência Brasil na quarta-feira (26), momentos antes de participar de seu último comício no segundo turno, nos Arcos da Lapa. "Temos um programa de saúde que é coordenado pelo Hermano Castro, pelo Ary Miranda e pela Lígia Bahia, que são pessoas absolutamente conceituadas, e um diagnóstico muito claro de que a Clínica da Família é um avanço, que temos de ampliar. Não vamos fechar nenhuma Clínica da Família, mas precisamos resolver o gargalo da saúde, que é na hora dos exames, das especialidades. Precisamos contratar mais gente através de concurso público. Tem responsabilidade fiscal e lastro para isso. Mas [precisamos] principalmente fazer com que os leitos federais e estaduais sejam coordenados pela prefeitura, como determina o SUS, o que permite uma coordenação pública do sistema de saúde, que hoje está terceirizado e hoje esta é a grande falha: ter terceirizado a coordenação da saúde. Isso faz com que o sistema não funcione", afirmou o candidato. Falta de transparência O candidato Marcelo Freixo disse que a saúde financeira do município do Rio para 2017 é preocupanteFernando Frazão/Agência Brasil Freixo disse que a saúde financeira do município do Rio para 2017 é preocupante e reclamou da falta de transparência nas contas da prefeitura. Mesmo assim, ele considerou que a situação não é tão ruim quanto a do governo do estado. "A falta de transparência é a maior preocupação que a gente tem. Montamos uma equipe econômica das mais competentes. São mais de 10 economistas de diversos lugares e universidades, coordenados pela Laura Carvalho, que é uma economista da USP [Universidade de São Paulo], mas é carioca. A preocupação é não perder receita, não fazer com que o Orçamento seja menor do que está previsto, de R$ 29 bilhões, e cortar despesas, sem cortar direitos. Nós não temos todos os dados das áreas mais importantes, mas o quadro é preocupante. Não é igual à situação do estado, mas também não é um mar de rosas que pode nos deixar completamente tranquilos." Mobilidade O candidato do PSOL falou sobre os problemas de mobilidade na cidade e criticou decisão recente de se reduzir o número de viagens das barcas que atravessam a Baía de Guanabara, principalmente entre o bairro da Ilha do Governador e de Niterói para o centro. Segundo ele, é preciso mais atuação do Poder Público sobre o setor de transportes. "O transporte precisa do Poder Público mais atuante, e isso serve para as barcas, para o trem, para o metrô, tanto os transportes de controle do estado ou do município, que precisam estar integrados e planejados à luz da necessidade da população. É preciso transparência nos seus contratos, aqueles que trabalham com concessão. A barca vem, nos últimos anos melhorando a qualidade das embarcações, mas a qualidade dos serviços não melhorou. Acabou a barca da madrugada. Poderíamos aproveitar muito mais o sistema aquaviário, poderíamos ter uma melhora da Ilha do Governador para o Centro, o que desafogaria a Avenida Brasil. Propomos um sistema de transporte integrado, tanto nas tarifas quanto na possibilidade de todos os modais nos seus horários e funcionamento." Segurança Freixo comentou também problemas de segurança pública, área que é de responsabilidade prioritária do governo do estado, mas na qual o município pode ter atuação compartilhada, por meio de redes de atendimento, principalmente às mulheres, vítimas frequentes de crimes sexuais, incluindo estupros coletivos. "A prefeitura tem que ouvir as mulheres. Não são os homens que têm de dizer qual a política mais adequada para atender as mulheres. Tem que ter política pública para as mulheres, com gestão, um secretariado igualitário, que tenha o mesmo número de homens e mulheres. Não tem que ter uma política para a mulher apenas quando ela sofre um tipo de violência. Tem que haver no transporte, na educação, na saúde, em todas as políticas públicas. O tema da mulher é transversal na democracia do Rio de Janeiro." A Agência Brasil tentou ouvir, pessoalmente ou por telefone, o candidato Marcelo Crivella (PRB) para marcar uma entrevista, porém, não foi possível, segundo os assessores, marcar uma entrevista com ele. As propostas de Crivella para a prefeitura podem ser conferidas na página oficial do candidato na internet.