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Casas começam a ser liberadas após vazamento de nafta em SP

Camila Boehm - Repórter da Agência Brasil

29/10/2016 14h15

Equipes de emergências interditram a rua Mirassol D'OesteRovena Rosa/Agência Brasil A Defesa Civil começou a liberar, em São Paulo, algumas casas que foram afetadas pelo vazamento de nafta do oleoduto da Petrobras Transporte S.A. (Transpetro), subsidiária da Petrobras responsável pelo transporte e logística na distribuição petrolífera. O acidente ocorreu na Vila Jacuí, na região de São Miguel Paulista, zona leste da cidade de São Paulo, na última terça-feira (25). Pelo menos 60 pessoas de 20 casas foram retiradas de suas casas por causa do vazamento e todo o quarteirão da rua Mirassol D'Oeste, esquina com a rua Flor de Inverno, foi interditado. Na manhã de hoje (29), eram 16 casas ainda interditadas, segundo informações da Defesa Civil, que fazia plantão no local. O coordenador da Defesa Civil municipal, Pedro Ivo, informou que houve uma reunião, pela manhã, entre a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a Transpetro e a Defesa Civil, quando ficou resolvido que, durante a tarde, será feita nova vistoria no restante das casas interditadas. Segundo ele, a previsão é de que todas sejam liberadas ainda hoje para a volta dos moradores. Além da retirada da nafta, a terra do terreno também está sendo retirada, porque foi contaminada. O material está sendo levado para aterros, onde é possível fazer o descarte adequado. Lucilane Pereira da Silva, 38, é uma das moradoras que retornou a uma das casas na noite de ontem. "Foi conturbado, porque a gente tem uma vida normal e, de repente, virou de cabeça para baixo. Tivemos que sair às pressas, o cheiro era muito forte. Só sentimos o cheiro forte que foi tomando conta da casa, dos cômodos, e a gente sem saber o que era.", contou. As casas devem ser liberadas até o final do diaRovena Rosa/Agência Brasil Na casa de Lucilane moram mais quatro pessoas. "Eu, como tenho um filho de cinco anos, me deu aquela preocupação. Todo mundo começou a ficar com falta de ar, me deu muita enxaqueca, muita dor de cabeça e tivemos que sair nas carreiras, a gente pegou só uma muda de roupa e se mandou, com medo de explosão". Ela disse que a Transpetro deu assistência à família e que ficaram hospedados em um hotel até a noite de ontem, quando puderam retornar para casa. O vazamento ocorreu em uma tentativa de furto do produto escoado entre os terminais de Guarulhos e São Caetano do Sul (SP) e a polícia ainda investiga os autores da ação criminosa. Moradores da vizinhança disseram à Agência Brasil que desde o último domingo (23) vinham sentindo cheiro de um produto químico, mas apenas na última terça-feira foram detectadas as perfurações no oleoduto. Derivada do petróleo, a nafta é utilizada como matéria-prima na fabricação de solventes, entre outras finalidades na indústria. Ao ser inalada, ela atua como depressor do sistema nervoso e pode causar irritações nas vias aéreas, náuseas, dor de cabeça e tontura, entre outros sintomas. Equipes da Defesa Civil municipal, Cetesb, Transpetro, Guarda Civil e Polícia Militar acompanham a operação de retirada de nafta e da terra contaminada no local.