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Renúncia de Geddel não interrompe processo na Comissão de Ética

Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil

25/11/2016 16h05

O  presidente  da  Comissão  de Ética da Presidência da República, Mauro Menezes     Antonio Cruz/ Agência Brasil O processo instaurado pela Comissão de Ética da Presidência da República contra o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, não será interrompido com a carta de renúncia que ele enviou hoje (24) ao presidente Michel Temer. De acordo com o presidente da comissão, Mauro Menezes, Geddel tem até o dia 1° de dezembro para apresentar sua defesa. Menezes disse que, como ex-autoridade pública, a Comissão de Ética não tem mais poder para demitir Geddel, mas explicou que cabe ao colegiado analisar tanto a conduta de autoridades quanto de ex-autoridades.

"Nós apenas recomendamos e deixamos registrado que ele [autoridade] tem no seu currículo uma determinada avaliação quanto a seu comportamento ético", disse Menezes.  "Transgressão à ética pública é, sem dúvida, a antessala de violações mais sérias que podem ser cometidas na vida pública", acrescentou. De acordo com notícias publicadas na imprensa, em depoimento na Polícia Federal, o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero disse que foi pressionado por Geddel para conseguir a liberação de um empreendimento imobiliário em Salvador, cujas obras estavam embargadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Geddel admitiu que tem um apartamento neste empreendimento. Segundo Calero, a questão do obra embargada e do pedido de Geddel foi discutida também com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o presidente Michel Temer. Nota de Calero O presidente da Comissão de Ética afirmou que também não há mais necessidade de intimar Calero, uma vez que o que veio a público por meio da mídia [o depoimento dele na PF] não foi contestado. Após a entrevista concedida por Menezes, Marcelo Celero divulgou nota na qual nega ter "solicitado audiência com o presidente Michel Temer no intuito de gravar conversa no gabinete presidencial" e diz que nunca agiu de má-fé ou maneira ardilosa ao longo de sua trajetória na carreira diplomática.