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Lula visita ocupação em BH e diz que, se preciso, será candidato em 2018

Léo Rodrigues - Correspondente da Agência Brasil

29/11/2016 20h11

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou nesta terça-feira (29) as ocupações Rosa Leão, Vitória e Esperança, na região de Belo Horizonte conhecida como Izidora. Ele prometeu interceder junto ao governador Fernando Pimentel pelos moradores das três comunidades, que correm risco de ser despejados. Após visitar diversas casas, Lula iniciou um discurso pedindo palmas para os jogadores da Chapecoense e as demais vítimas do acidente aéreo ocorrido hoje (29) na Colômbia. Sobre eleições de 2018, ele disse que gostaria que aparecesse alguém mais preparado e mais jovem para concorrer, mas admitiu que poderá ser candidato se for necessário. "Não tenho mais a força física de quando tinha 50 anos, mas estou parecendo aquele Zé Roberto, do Palmeiras. Ele já está com 42 anos e corre mais que os moleques de 20. Eu faço duas horas de academia todo dia de manhã e não vou apostar uma corrida aqui para não envergonhar vocês. Eu nem pensava mais em ser candidato, mas não me conformo ao perceber que, com ódio da Dilma e do Lula, eles estão destruindo este país", afirmou.

Ocupação

As três ocupações da região do Izidora tiveram início em 2013. Cerca de 8 mil famílias vivem na região. O terreno tem 933 hectares e abrange propriedades do município e de particulares. Lula garantiu aos moradores que vai interceder junto ao governo estadual pela legalização da área. Já existe uma decisão judicial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais  autorizando o despejo. Advogados das famílias recorreram ao Superior Tribunal de Justiça.

Parte da área seria destinada ao Minha Casa, Minha Vida, programa habitacional destinado a famílias de baixa renda. "Se esse terreno não tivesse nada, fosse só mato, compensava trazer para cá o programa. Mas vocês já estão aqui há quatro anos, já tem a casinha feita com tijolo, então o que vocês precisam é que exista estrutura de abastecimento de água, de distribuição de energia, de escola e de posto médico", disse Lula.

A educadora popular Charlene Egídio, de 35 anos, moradora da Ocupação Rosa Leão, destaca que a moradia é um direito previsto na Constituição. "Já se encontram consolidadas mais de 5 mil casas construídas. São sonhos construídos. E pode acontecer o maior massacre que o país já viu, porque nossa resistência é pacífica, mas sabemos que a Polícia Militar não irá nos tratar com flores. Se não lutarmos, vamos continuar tendo nossos direitos pisoteados. Não temos alternativa de moradia."