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Nova ordem de Trump visa a aumentar contratação de norte-americanos

Leandra Felipe - Correspondente da Agência Brasil/EBC

19/04/2017 19h36

A mais nova ordem executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estimula a compra de produtos nacionais e a contratação de norte-americanos. Chamada de "Buy  American, Hire American" (tradução compre produtos americanos, contrate americanos), a ordem executiva segue a linha nacionalista adotada por Trump durante a campanha e ordena que as agências governamentais reavaliem acordos comerciais de livre comércio que estejam prejudicando a indústria nacional. Além disso, o texto, assinado ontem (18), determina que os programas de concessão de vistos de trabalho temporário, como o visto H1B para estrangeiros, sejam revistos. "Para comprar e contratar americanos eu assino esta ordem que vai proteger trabalhadores e estudantes, como vocês", afirmou Trump dirigindo-se a trabalhadores de uma fábrica no estado de Wisconsin. Na linha de "a América em primeiro lugar", Donald Trump disse que a partir da ordem assinada as agências federais terão de revisar os procedimentos, tanto em negociações comerciais, como na contratação temporária de estrangeiros. O objetivo é proteger determinados produtos no mercado norte-americano. Na visão de Trump, os acordos comerciais prejudicaram a indústria nacional, provocando o fechamento de fábricas e a diminuição dos salários dos trabalhadores devido à entrada de produtos importados mais baratos.  Esta retórica foi uma das mais contundentes durante a campanha de Donald Trump. Trump disse que a ordem vai promover de maneira "agressiva" a fabricação e o comércio nacionais, além de garantir que os norte-americanos sejam contratados primordialmente, antes de um estrangeiro. Ao discursar, o  presidente criticou a Organização Mundial do Comércio (OMS). "É um dos nossos desastres", disse. E voltou a desqualificar o chamado Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, sigla em inglês). "O Nafta é um desastre completo". Trabalho temporário A concessão de vistos temporários de trabalho até então vinha sendo realizada anualmente com um volume de até 85 mil vistos por ano. Críticos do governo Trump afirmam que a mão-de-obra extrangeira contratada por meio dos vistos temporários de trabalho não necessariamente competem ou impedem norte-americanos de conseguirem um emprego. Em geral, os profissionais estrangeiros contratados têm alto nível de escolaridade e habilidades específicas que as empresas alegam estar em falta no mercado nacional. Profissionais das áreas de saúde, informática e tecnologia são os mais requisitados. Entretanto, Trump defende que a revisão do programa é necessária, porque algumas empresas usavam a prerrogativa, para contratar profissionais estrangeiros com salários mais baixos que poderiam pagar a um profissional altamente qualificado norte-americano.