Protesto da oposição termina com pelo menos 20 detidos em Caracas
Pelo menos 20 jovens foram detidos nessa quinta-feira (29) pela Polícia Nacional Bolivariana (PNB) no leste de Caracas, ao final de um protesto feito pela oposição contra a Assembleia Nacional Constituinte convocada pelo governo. O protesto foi dispersado com disparos de balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo, segundo a Agência EFE. Os jovens foram presos no município de Chacao, considerado reduto da oposição, e colocados em um caminhão de carga para encaminhamento a uma delegacia. O deputado opositor e primeiro vice-presidente do Parlamento, Freddy Guevara, assegurou que o total de detidos é próximo de 40 e acrescentou que entre eles há várias mulheres. Coordenador nacional do partido Vontade Popular, Guevara disse que a maioria dos detidos é formada de estudantes da Universidade Simón Bolívar (USB), de Caracas, e que eles foram levados até a sede do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), a oeste da capital venezuelana. O líder da oposição Henrique Capriles divulgou um vídeo no Twitter, que mostra agentes da polícia fazendo as detenções e "roubando" os estudantes, segundo denunciou. O presidente da Federação de Centros de Estudantes da USB, Daniel Ascanio, informou, também no Twitter, que entre os detidos há três menores de idade. A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática convocou hoje uma mobilização na sede do Poder Eleitoral, em Caracas, para rejeitar o processo de mudança de Constituição promovido pelo governo de Nicolás Maduro. Os opositores denunciaram que essa manifestação foi "reprimida", o que impediu o prosseguimento do protesto. De acordo com números do Ministério Público, 79 pessoas já morreram na Venezuela em incidentes violentos ocorridos durante atos populares a favor e contra o governo desde 1º de abril, quando começou a atual onda de manifestações contra Maduro.
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