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Congresso tem demonstrado maturidade, diz Gilmar enquanto Câmara vota denúncia

Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil

25/10/2017 12h08

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou hoje (25) que o Congresso tem demonstrado maturidade em momentos importantes, como o da votação, nesta quarta-feira (25), de uma segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer. Brasil tem dado sinais de uma forte institucionalidade, afirmou o ministroArquivo/José Cruz/Agência Brasil "A Câmara terá seus critérios para decidir, acho que o Brasil tem passado solavancos, sobressaltos, mas tem dado sinais de uma forte institucionalidade, acho que este é o dado positivo. A despeito dos problemas que temos enfrentado, temos conseguido manter as instituições em funcionamento, e o Congresso em momentos importantes tem demonstrado grande maturidade institucional", disse. Questionado se a inclusão da delação premiada de executivos do grupo J&F, como Joesley Batista e Ricardo Saud, nos autos do processo enviado para análise da Câmara dos Deputados enfraqueceu a denúncia contra o presidente, Mendes evitou fazer juízo de valor, mas disse que a ideia de que as colaborações poderiam ser "eternizadas" não passou de um "sonho de uma noite de verão". Gilmar Mendes se referiu ao julgamento, em junho, no qual o plenário do STF decidiu que os acordos de colaboração premiada assinados com Ministério Público Federal (MPF) só poderiam ser revistos em casos de constatação de ilegalidades, como a coação do investigado. Em todos os outros casos, o relator da ação não poderia rever cláusulas do contrato, decidiu o Supremo na ocasião.  Mendes, que foi voto vencido no sentido de que o relator pudesse rever as próprias cláusulas do acordo a qualquer momento, ironizou a corrente vencedora. "Bastou a gravação entregue pelo Joesley para o mundo todo vir abaixo e se viu que a garantia de eternidade não existia", disse o ministro. "Aqueles que votaram com muita ênfase andam pelos cantos envergonhados", acrescentou, referindo-se a colegas do STF que votaram pela impossibilidade de revisão das cláusulas das delações premiadas.