Entidades defendem aprovação do cadastro positivo para reduzir juros
Um dia após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 6,5% ao ano, especialistas e representantes do setor produtivo ouvidos pela Agência Brasil avaliam que a inadimplência impede que a redução do crédito chegue até o consumidor e que a adoção do cadastro positivo é importante para isso possa acontecer. "Há um certo nível de inadimplência que gera incertezas para o sistema financeiro e isso tudo aumenta o risco, assim o banco também evita reduzir os juros para o consumidor. O governo e o Congresso poderiam aprovar o cadastro positivo e isso daria um pouco mais de segurança aos bancos", defende o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Guilherme Dietze. Ele explica que o cadastro positivo favorece aquelas pessoas que pagam em dia e é uma das formas de 'ajudar' o sistema financeiro. "Com o cadastro positivo, mais a recuperação da economia com as reformas, dando mais segurança para os consumidores e mais emprego, a gente consegue reduzir sim a taxa de juros". Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica Regional do Estado de São Paulo (Abigraf-SP), Sidney Anversa Victor, o Banco Central continua não agindo para que o custo do crédito seja reduzido a patamares compatíveis. "As ferramentas de que o BC dispõe para solucionar a questão são conhecidas: cadastro positivo, atração de bancos estrangeiros para operar no país e incentivo ao crédito via internet (Fintech)". Na avaliação de Victor, a não utilização dessas ferramentas pelo BC contribui para a formação do preocupante cenário atual da indústria gráfica, que tiveram redução de 1,7% nas atividades do setor no primeiro trimestre. Ele cita ainda que situação semelhante acontece no setor de embalagens, que é um termômetro da indústria em geral. Já a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) salientou que é importante a redução da Selic, mas que é preciso ir além. "A Abimaq avalia que é importante a adoção de medidas que permitam a continuidade na redução da Selic de forma sustentável, mas que estas só não bastam. São necessárias medidas que visam a diminuição do juro de mercado, a patamares semelhantes aos países emergentes, assemelhados ao nosso", informou a entidade em nota.
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