Um Olhar sobre o Mundo desta segunda aborda fake news
O jornalista Moisés Rabinovici coloca em debate no programa Um Olhar sobre o Mundo desta semana a questão das fake news, as notícias falsas. O programa vai ao ar hoje (30), às 21h45, na TV Brasil. Para debater o tema, ele convidou o jornalista Daniel Bramatti, presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), e um dos fundadores do Estadão Dados. Também participa do programa Yasodara Córdova, que realiza pesquisas sobre o assunto na Harvard Kennedy School, em Cambridge, nos Estados Unidos. Bramatti anunciou que a Abraji está coordenando um projeto chamado Comprova, que une 24 veículos de mídia para fazer checagem de rumores e conteúdo enganoso que circula nas redes. Segundo o jornalista, "a ideia é verificar o que está circulando e que tem potencial de se tornar viral, desmentir isso e jogar nas redes também". O presidente da Abraji explica que o termo fake news surgiu na academia e hoje é mal utilizado, principalmente no Brasil: "hoje quem fala em fake news usa esse termo para atacar a imprensa institucional, que faz um trabalho sério, checado, com critérios editoriais - tudo que é o contrário do fake news. Então hoje preferimos usar o termo conteúdo enganoso, para o conteúdo manipulado que circula nas redes" Para Bramati, essa é uma missão muito difícil porque no caso do WhatsApp não há algoritmo envolvido. "É a própria pessoa que recebe aquilo, reage àquele conteúdo de forma emocional e joga adiante", explica. "As pessoas compartilham o que mexe mais com o lado emocional delas e aquilo que reafirma sua visão de mundo. A verdade fica em segundo plano", disse. A pesquisadora Yasodara Córdova concorda que o WhatsApp é o principal veículo responsável pela difusão das notícias falsas no Brasil e acredita que isso ainda vai durar muito tempo principalmente porque no país "o Facebook e o WhatsApp são distribuídos gratuitamente nos planos pré-pagos de celular". Ela também assinala que adotar a denominação fake news no Brasil é forçada. "Fake news nos Estados Unidos é uma coisa, no Brasil é outra". Ambos os convidados classificam o problema da difusão de notícias falsas pela internet como muito complexo. Dizem que não será através da legislação que se conseguirá resolvê-lo. "Legislar sobre fake news é um equívoco que abre brechas para que governos mal-intencionados restrinjam a liberdade de expressão", explica Bramatti. Yasodora Córdova acrescenta que a difusão do conteúdo enganoso é um problema estrutural que decorre de uma crise das instituições. Não só das instituições que seriam responsáveis por manter o nível e a veracidade dos debates, mas também das instituições que promovem esse debate: "temos a instituição da Justiça, que é responsável por manter um debate saudável, por cuidar de casos de calúnia, e que não consegue acompanhar a internet".
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