A proteção dos oceanos vai ser um dos temas de discussões de especialistas, que vão se reunir, de hoje (31) até quinta-feira (2) no 9º Congresso Brasileiro de Conservação (CBUC), em Florianópolis (SC), um dos mais importantes da América Latina. O objetivo é definir e consolidar as estratégias envolvendo sociedade civil, acadêmicos e integrantes dos governos federal e estaduais. Com o tema Futuros Possíveis: Economia e Natureza, o congresso debaterá o cenário econômico atual e futuro e a conservação da natureza. Os organizadores querem mostrar que é possível ter desenvolvimento socioeconômico aliado à conservação de áreas naturais, como também pode ser potencializado e estimulado. A expectativa dos organizadores é analisar a questão oceânica e o grande potencial de ecoturismo. Na discussão sobre oceanos, a proposta é levantar alternativas integradas de conservação. Para especialistas, a definição de áreas protegidas é insuficiente, pois é preciso garantir estrutura, equipes e equipamentos para que a gestão seja mais adequada.
Cerca de 8 milhões de toneladas de plásticos vão parar nos oceanos todos os anos, trazendo graves prejuízos para o meio ambiente - ONU/Martine Perret/Direitos reservados
Sugestões
Haverá também espaço para apresentação de moções e sugestões que serão encaminhadas para autoridades públicas, segundo os organizadores. Será o momento destinado aos debates e definição de propostas e acompanhamento das ações destinadas à sociedade como um todo. A cidade de Florianópolis foi escolhida para sediar o congresso, porque de acordo com os organizadores, reúne ecossistemas relevantes e unidades de conservação terrestres que precisam ser implementadas.
Debates
Nesta terça-feira (31), uma as palestras será do ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça. O CBUC ocorre há mais de duas décadas e é considerado um dos mais importantes da América Latina. A organização é da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. O coordenador de Ciência e Conservação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Emerson Oliveira, disse que, apesar dos avanços nos últimos anos, é preciso ampliar as formas de atender às demandas da sociedade e dar mais atenção a temas correlatos, como saúde, a educação, moradia e segurança. Emerson Oliveira destacou que o Brasil também avançou nos acordos internacionais, dos quais é signatário entre eles os climáticos e os de biodiversidade biológica. Lembrou que ocorreram no Brasil a Rio 92 e a Rio+20. Porém, alertou que a Amazônia ainda é motivo de preocupação por exigir mais atenção e proteção.
Ecoturismo
Para Emerson Oliveira, a falta de recursos impacta também no setor do ecoturismo, que poderia gerar divisas e movimentar a economia brasileira. Segundo ele, os parques nacionais são "as meninas dos olhos" das unidades de conservação e têm como objetivo a visitação pública. "A gente tem alguns grandes exponentes do Brasil, como Fernando de Noronha [PE], o Parque Nacional da Tijuca [RJ], o Parque Nacional do Iguaçu [PR] são exemplos de várias unidades que poderiam ser mais trabalhadas", disse. "O visitante internacional que preza por conhecer e compreender os ecosistemas, gosta de estar na natureza, mas gosta de conforto e de ser bem recebido ter um bom hotel e uma boa estrutura de recepção."
*A repórter viajou a convite da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza
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