Gabinete de Intervenção extingue delegacia no Complexo do Alemão
A 45ª Delegacia Policial (DP), instalada em 2009 no Complexo do Alemão, zona norte do Rio, será extinta pelas forças de segurança do estado.
O Diário Oficial do Estado publicou, na edição desta segunda-feira (13), o decreto do interventor federal, Walter Souza Braga Netto, extinguindo a unidade policial. Segundo o texto, a delegacia será extinta por causa da baixa incidência de registros policiais e por não haver necessidade de manter "o aparato estatal despendido para o seu funcionamento".
A Secretaria de Estado de Segurança será responsável pela edição de uma resolução alterando os limites geográficos das delegacias que vão abranger a área da unidade extinta. Caberá ainda à Chefia de Polícia Civil adotar as medidas necessárias ao cumprimento do decreto no que diz respeito ao acervo cartorário e recursos humanos da delegacia extinta.
Criação
A 45ª DP foi criada dentro do processo de pacificação do Complexo do Alemão pelas forças estaduais e federais, iniciado em novembro de 2010.
Um balanço parcial divulgado no primeiro dia da ocupação, 28 de novembro, um domingo, pela assessoria da Secretaria de Segurança, estimou em cerca de 40 toneladas o volume de drogas apreendido no primeiro dia de ocupação do Complexo do Alemão.
Pelo menos 50 fuzis foram encontrados, nove de calibre ponto 30, que é capaz de abater aeronaves ou até perfurar carros blindados. Dez mil munições de vários calibres também foram apreendidas.
Do total de drogas localizadas, a Polícia Civil contabilizou 13 toneladas de maconha, 200 quilos de cocaína e 10 de crack. O restante seria por conta das apreensões feitas pela Polícia Militar. Durante todo o dia, grandes carregamentos de drogas foram localizados dentro de casas, escondidos nas lajes ou enterrados em quintais. Em uma única residência, a Polícia Civil encontrou 7 toneladas de maconha em tabletes, o suficiente para lotar um caminhão.
Naquele dia, a ocupação do Complexo do Alemão começou por volta das 8h, mas os cerca de 2.700 policiais envolvidos na operação encontraram menos resistência do que imaginavam. Tiros de fuzil e rajadas de metralhadora podiam ser ouvidos ao longe, mas a presença maciça das tropas amedrontou os traficantes, que preferiram fugir, se esconder ou se entregar em vez de partir para o confronto direto.
O secretário de Segurança do Rio à época, José Mariano Beltrame, disse que a operação atingiu o coração do tráfico e que, depois do Alemão, a polícia poderia ir às favelas da Rocinha e do Vidigal, ambas na zona sul. "O Alemão era o coração do mal. É um local emblemático para todo o Rio de Janeiro, onde tínhamos a convergência de marginais, que lá se escondiam. E se chegamos ao Alemão, nós vamos chegar na Rocinha, vamos chegar ao Vidigal."
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