Mudança de procuradores não vai afetar investigação do caso Marielle
A mudança na equipe do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) encarregada das investigações sobre a execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março, não vai afetar a elucidação do caso. A afirmação é do subprocurador-geral de Administração do MPRJ, Eduardo Lima Neto, após participar de uma reunião hoje (22) com a comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha o andamento do processo de investigação. Ao anunciar a mudança na noite de ontem (21), o Ministério Público informou que a promotora Letícia Emili assumirá as funções de Homero das Neves Freitas Filho, que está à frente do caso desde o início, no dia 1º de setembro. Homero foi promovido a procurador de Justiça pelo Conselho Superior do MPRJ. A promotora Letícia Emili também participou da reunião com os deputados federais, mas não conversou com a imprensa. Para Lima Neto, a decisão de Letícia de trabalhar com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI), duas estruturas do MPRJ, é apenas uma questão de metodologia e não altera a eficiência do trabalho. "A questão é que o MP respeita o promotor natural e, nesse caso, a promotora que cuidará desse caso, por uma questão de metodologia, ao invés de montar uma força-tarefa, ela prefere contar com a colaboração do Gaeco. É apenas um tipo de metodologia que um ou outro profissional possui", disse Lima Neto. Com relação à sugestão do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, de que a investigação passe para a esfera federal, o subprocurador disse que já há integração na investigação. "O MP não se opõe à participação de todas as forças de segurança e de inteligência para a elucidação desse caso. É importante, é cobrado no Brasil e no exterior. O que ficou dito é que de fato já existe a colaboração da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal nesse caso. Foi dito com muita clareza pelo delegado que conduz a investigação". O diretor da Divisão de Homicídios (DH), delegado Fábio Cardoso, também presente à reunião, disse que a troca da equipe não vai alterar a boa relação que a divisão sempre teve com o Ministério Público, e que a integração com as equipes federais ocorre desde o início da investigação. "A DH já tem uma expertise de longa data de investigar homicídios aqui no Rio [de Janeiro]. Temos todo o apoio da chefia de polícia, da Secretaria de Segurança, da intervenção. Estamos tendo desde o início apoio da inteligência, da parte técnica pericial, de outros órgãos, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e das forças militares. Desde o início até este momento não estamos com nenhuma carência de questão técnica ou de inteligência na apuração desse caso".
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