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Anglo American conclui inspeção em mineroduto que se rompeu 2 vezes

24/08/2018 22h44

A mineradora britânica Anglo American informou, nesta sexta-feira (24), que concluiu a inspeção no mineroduto que, em março deste ano, rompeu-se duas vezes em um intervalo de 17 dias. A empresa, que prevê a retomada das operações no quarto trimestre deste ano, disse que, até lá, serão feitas algumas intervenções. Em nota, a mineradora diz que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu autorização para a manutenção preventiva do mineroduto com troca dos tubos em um trecho com extensão de aproximadamente4 quilômetros. "Este trecho concentra tubos do mesmo lote daqueles que vazaram. As obras terão início imediato e podem durar até três meses", informa o texto, acrescentando que os trabalhos de investigação das causas do rompimento prosseguem. O mineroduto é parte do empreendimento Minas-Rio que envolve a extração de minério nas serras do Sapo e Ferrugem e o beneficiamento nas cidades mineiras de Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas. A estrutura tem 525 quilômetros e é responsável pelo transporte da produção até um porto em Barra de Açu, no município de São João da Barra, no litoral do Rio de Janeiro. Segundo a própria mineradora, o Minas-Rio é seu maior investimento mundial. Os dois rompimentos foram registrados em locais próximos, no município de Santo Antônio do Grama, em Minas Gerais, nos dias 12 e 29 de março. No primeiro rompimento, moradores da cidade sofreram com a interrupção no fornecimento de água, já que era abastecida pelo Ribeirão Santo Antônio, que recebeu grande volume de polpa de minério. Após o episódio, iniciou-se a captação no Córrego do Salgado, de forma que, no segundo rompimento, não houve impacto no abastecimento da população. Nas duas ocorrências, foram liberados no ambiente, respectivamente, 474 e 647 toneladas de polpa de minério. A empresa afirmou que se tratava de material inerte e classificado como não perigoso, conforme normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Os episódios já geraram multas do Ibama e da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad). Trabalhadores Com a paralisação das operações, a Anglo American concedeu, a partir do dia 17 de maio, férias coletivas por 30 dias para parte dos empregados que trabalham na mina, na usina e na planta de filtragem. Posteriormente, em 1º de junho, teve início um período de layoff, que envolve atualmente cerca de 500 funcionários. Alguns trabalhadores foram deslocados para outros empreendimentos da mineradora no Brasil. A empresa tem cerca de 3,5 mil empregados próprios atuando no país, além de  3,5 mil terceirizados. No layoff, o contrato de trabalho é suspenso, assim como o pagamento do salário. No entanto, a empresa precisa oferecer aos empregados afastados treinamento de requalificação. Eles têm direito também a uma bolsa paga pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Para que não haja prejuízos aos trabalhadores, a Anglo American concordou em pagar uma ajuda de custo complementar até atingir o valor do salário líquido de cada um. A suspensão dos contratos é válida por até cinco meses. Segundo a Anglo American, foi criado o Programa Lótus, pelo qual são oferecidos aos empregados afastados e a sua famíilia diversas atividades relacionadas com o voluntariado, empreendedorismo, negócios da mineração, legislação ambiental, motivação, engajamento e lideranças positivas, entre outros. Há ainda cursos de inglês, de informática e de economia doméstica, além de atividades esportivas, culturais e de lazer. A mineradora diz que está sendo superada a carga horária mínima de 60 horas por mês de treinamentos e capacitação prevista pela legislação.