Governo Central registra déficit primário de R$ 23 bilhões em setembro
26/10/2018 15h18
O subsídio para o óleo diesel e o aumento de despesas não obrigatórias fizeram o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrar o segundo maior déficit da história para meses de setembro. No mês passado, o resultado ficou negativo em R$ 22,979 bilhões. Apenas em setembro de 2016, o déficit para o mês foi maior (R$ 25,239 bilhões). Em relação a setembro do ano passado, o resultado negativo subiu 0,7% em valores nominais, mas caiu 3,7% ao descontar a inflação do ano passado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O déficit primário é o rombo nas contas do governo desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. Da janeiro a setembro, o resultado negativo soma R$ 81,591 bilhões, valor 28,6% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado (R$ 109,566 bilhões), descontado o IPCA. Mesmo com o resultado de setembro, o déficit acumulado é o menor para os nove primeiros meses do ano desde 2015. De acordo com o Tesouro Nacional, dois fatores contribuíram para o pequeno aumento nominal do déficit em setembro. O primeiro foi a execução de créditos extraordinários provocada pelo subsídio ao óleo diesel, que consumiu cerca de R$ 1,7 bilhão apenas em setembro e está previsto para fechar o ano em R$ 9,5 bilhões. O segundo fator foi o aumento de despesas discricionárias (não obrigatórias) do Poder Executivo, que subiram 9% acima da inflação de janeiro a setembro em relação ao mesmo período do ano passado. As maiores altas foram provocadas pelo desbloqueio de gastos de custeio (manutenção da máquina pública) nos ministérios e pela execução de emendas parlamentares impositivas. Os ministérios que mais puxaram a alta foram Defesa, com crescimento de 29% acima da inflação, e Saúde, com alta de 7,9% acima da inflação. O déficit só não foi maior porque as receitas do Governo Central tiveram, em setembro, o reforço do leilão da quarta rodada de partilha do pré-sal e pelos royalties de petróleo, que foram impulsionados pela alta do dólar e pela valorização da cotação internacional do barril.