Cartilha orienta refugiados no Rio de Janeiro sobre direitos básicos
A Defensoria Pública do Rio de Janeiro lançou na tarde de hoje (26) uma cartilha para orientar refugiados ou imigrantes sobre os direitos básicos do cidadãos que vivem no Brasil. A publicação foi impressa em quatro idiomas - português, inglês, espanhol e francês - e será distribuída aos estrangeiros que escolheram viver no estado fluminense. Seu conteúdo traz detalhes relacionados à emissão de documentos, busca de emprego, ao acesso à saúde e à educação, procedimentos para requerer casamento e para o reconhecimento de paternidade. Também oferece informações úteis como o endereço de restaurantes populares e orientações sobre como se inscrever gratuitamente em cursos de português da organização humanitária Cáritas. Há ainda um tópico sobre como a legislação brasileira trata do crime de racismo. Intitulada Pessoas Refugiadas e Solicitantes de Refúgio no Brasil, a cartilha foi idealizada pelo Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh) da Defensoria Pública do Rio de Janeiro. A cerimônia de lançamento do material contou com a presença de representantes do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), da Defensoria Pública da União (DPU) e do Ministério Público Federal (MPF). "A cartilha foi pensada para reduzir um pouco a vulnerabilidade dessa população que chega no país e especificamente no Rio de Janeiro", diz a defensora pública Gislaine Kepe, do Nudedh. Ela também explica que a Defensoria irá realizar, a partir do ano que vem, diversas rodas de conversa com os refugiados e imigrantes para disseminar informação e promover educação em direitos. As atividades estão sendo planejadas em parceria com a Cáritas. Para a advogada da organização Larissa Getirana, a cartilha permitirá aprimorar o acolhimento aos estrangeiros. "Quando o refugiado chega ainda bem fragilizado, nós precisamos fazer uma explicação do formulário de solicitação de refúgio, que hoje é extenso. São cerca de 15 páginas com perguntas sobre a vida toda da pessoa. Uma solicitação de refúgio hoje pode durar quatro ou cinco horas. E ainda precisamos explicar os direitos sociais, o que acaba sendo uma enxurrada de informações. Então com um cartilha dessa, a pessoa pode ler com calma depois". Adel Bakkour vive no Rio de Janeiro desde o final de 2012, quando chegou aos 19 anos, e aprovou a cartilha. Segundo ele, a publicação pode ajudar a abrir os olhos do refugiado e facilitar sua adaptação. "Eu cheguei bem perdido. Além da língua, a maior dificuldade é encontrar moradia e trabalho. Dei sorte de conhecer uma pessoa aqui. Trabalhei na cozinha de um restaurante. O dono era árabe", conta. Hoje ele estuda relações internacionais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e dá aulas de árabe.
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