Amnistia Internacional denuncia tortura policial em Hong Kong
A Amnistia Internacional (AI) denunciou hoje (20), em relatório, o abuso cometido pelas forças policiais contra os manifestantes que participam dos protestos pró-democracia em Hong Kong, e exigiu uma investigação independente.
Para essa pesquisa, a organização não governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos entrevistou 21 pessoas detidas, que pediram para não ser identificadas, com medo de possíveis represálias, além de advogados e profissionais de saúde.
"Quase todos os entrevistados descreveram ter sido espancados com cassetetes durante a detenção, mesmo que não representassem ameaça", sendo que "85% dos entrevistados foram hospitalizados como resultado da agressão e três passaram pelo menos cinco dias no hospital", afirmou a AI.
No relatório, a ONG citou o caso de um homem que disse ter sido alvo de tortura depois de se recusar a responder a uma pergunta da polícia durante o interrogatório.
"Senti que as minhas pernas foram atingidas por um objeto muito duro. Depois, um agente pôs os seus joelhos no meu peito. Senti a dor nos ossos e não conseguia respirar. Tentei gritar, mas não conseguia", disse o entrevistado.
O documento citou também o caso de uma jovem que foi detida em um protesto em Sheung Wan, em julho, e que diz ter sido espancada nas costas enquanto fugia da polícia.
"O uso da força foi claramente excessivo, uma violação da lei internacional de direitos humanos", afirmou o diretor da AI para o leste da Ásia, Nicholas Bequelin, citado no relatório.
A ação da polícia de Hong Kong para controlar os manifestantes na rua "tem sido transmitida para o mundo ver", mas "muito menos visível tem sido a abundância de abusos da polícia contra manifestantes detidos", afirmou Bequelin.
*Emissora pública de televisão de Portugal
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