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Justiça decreta prisão preventiva de médico acusado de manter paciente em cárcere no RJ

Bolívar Guerrero Silva mantinha uma paciente internada em um hospital da Baixada Fluminense - Instagram/Reprodução
Bolívar Guerrero Silva mantinha uma paciente internada em um hospital da Baixada Fluminense Imagem: Instagram/Reprodução

Da Agência Brasil

19/08/2022 22h11Atualizada em 19/08/2022 23h57

O juiz Adriano Loureiro Binato de Castro, da 4a. Vara Criminal de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, decretou hoje (19), a prisão preventiva do médico equatoriano Bolívar Guerrero Silva, de 63 anos, e da técnica de enfermagem Kellen Cristina de Queiroz dos Santos pela tentativa de homicídio contra a paciente Daiana Chaves Cavalcanti, de 35 anos.

No dia 3 de maio deste ano, Daiana fez uma cirurgia estética nas nádegas, nas costas e no abdômen no Hospital Santa Branca, em Caxias, e teve complicações que a levaram a voltar ao hospital na semana seguinte, relatando dores abdominais e inflamação dos pontos de sutura, que expeliam secreções.

Na decisão, o juiz lembrou que, com o agravamento do quadro de saúde, Daiana foi novamente internada no dia 1º de julho, apresentando debilidade e anemia, com hipotireoidismo e hipertensão arterial sistêmica. "Sem os devidos cuidados e sem realizar exames que atestassem o risco de uma nova cirurgia e, ainda, sem observar o quadro clínico de Daiana, a paciente foi submetida a mais uma cirurgia de abdominoplastia para correção dos danos ocasionados pela primeira cirurgia, com a finalidade de redução e reposicionamento da mama", acrescentou Castro.

"Ao fazer a nova cirurgia, o denunciado [Bolivar Guerrero] conhecia a possibilidade de provocar a morte da paciente e consentiu na produção desse resultado, na medida em que se mostrou completamente indiferente às suas condições de saúde", disse a promotora Cláudia Portocarrero, da 3ª Promotoria de Investigação Territorial do Núcleo de Duque de Caxias, ao oferecer a denúncia.

Conforme a denúncia, Guerrero constatou que não conseguiria reverter o quadro clínico que se agravou e, com o objetivo de ocultar as consequências de sua conduta, recusou-se a transferir a paciente para outro hospital. "Já Kellen Cristina de Queiroz dos Santos convenceu Daiana a realizar a cirurgia mesmo estando debilitada, além de estar presente durante a realização do ato cirúrgico, sem qualquer capacitação técnica para tanto."

Transferência

Daiana Cavalcanti foi transferida, por decisão da Justiça, no dia 21 de julho último, para o Hospital Federal de Bonsucesso, onde permanece internada e já foi submetida a quatro procedimentos cirúrgicos para reconstrução dos seios e remoção de tecido necrosado abaixo dos seis e da barriga.

O médico Bolívar Guerrero Silva foi preso no dia 18 de julho, sob acusação de manter a paciente Daiana Cavalcanti em cárcere privado e de homicídio tentado. O cirurgião plástico está na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica.