Delegado que atirou em fiel recebe liberdade provisória
04/09/2014 11h26
Pessoa passou a noite em uma cela na 13ª Delegacia de Polícia (Copacabana), onde o caso foi registrado. A liberdade provisória foi concedida porque não houve pedido de conversão da prisão em flagrante para preventiva, explicou a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ).
O delegado foi detido nessa quarta-feira, 3, após um audiência. Segundo a Polícia Civil, o delegado, que integra Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), move uma ação contra o pastor Tupirani Lores, da Igreja Geração Jesus Cristo, situada no Santo Cristo, na região central do Rio. Pessoa alega que vem sendo perseguido pelo pastor e seus fiéis e pede indenização por danos morais.
Ao fim da audiência desta quarta-feira, por volta das 16h, um grupo de fiéis dessa igreja aguardava o delegado na porta do Juizado e teria recebido Pessoa aos gritos. Sentindo-se ameaçado, ele tirou o revólver, apontou para o chão e atirou, segundo a versão apresentada à polícia. O tiro ricocheteou e atingiu Carlos Gomes, de 29 anos, no abdômen
Gomes foi levado ao Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea (zona sul), e não corre risco de morte. Ele permanece em estado estável, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. O delegado foi cercado pelos fiéis e também foi agredido, por isso, ele foi atendido no Hospital Copa D'Or para tratar escoriações antes de ser encaminhado para a 13ª DP.
Segundo a Polícia Civil, a Corregedoria Interna da instituição acompanha o caso.
Perseguição
Conforme a polícia, Henrique Pessoa afirma que começou a ser perseguido pelo pastor e por fiéis da igreja após ter investigado um ataque praticado por Tupirani contra o Centro Espírita Cruz de Oxalá, no Catete (zona sul), em 2008. Ele estaria sendo alvo de ataques à honra por meio de redes sociais e por isso move cerca de dez ações contra pessoas ligadas à igreja.
Na época, o pastor Tupirani Lores e o fiel Afonso Henrique Alves Lobato foram as primeiras pessoas a serem presas por intolerância religiosa, mas ficaram presos apenas um mês.