Pepe Vargas nega que articulação do governo seja 'capenga'
Alvo de duras críticas de líderes peemedebistas, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, fez nesta quarta-feira, 25, uma "mea-culpa" na relação com o partido, mas negou que a articulação política do governo seja capenga e que a distribuição de cargos no segundo escalão tenha sido uma demanda apresentada pela sigla.
Nesta terça-feira, 24, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reclamou que a coalizão do governo da presidente Dilma Rousseff está "capenga".
A queixa do peemedebista ocorreu depois do jantar realizado no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, que contou com a presença de integrantes da equipe econômica do governo e do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante.
"Não diria que (a coalizão) está capenga. Sempre precisa haver mais debate, mais conversa, mas eu não classificaria como capenga. Acho que é um momento de aperfeiçoamento. E o momento é agora, que é o início de um novo governo. É hora certa de os partidos dizerem aquilo que querem dizer, no sentido de ser mais participantes", disse Pepe Vargas a jornalistas.
"Eu acho que a gente tem que eventualmente até fazer uma mea-culpa, se o PMDB está se sentindo efetivamente assim (distante da tomada de decisões), tomar as medidas para que ele possa se sentir mais integrado às definições dessas questões. Encaramos isso com a mais absoluta normalidade e como uma tentativa de o PMDB contribuir mais ainda do que ele está contribuindo."
Segundo escalão
Questionado se a distribuição de cargos no segundo escalão poderia ser uma forma de acalmar os ânimos da base aliada, Pepe Vargas disse que o "PMDB está dizendo não é que quer cargo, é que ele quer participar do debate".
"Não trabalharia por esse viés. Ninguém aqui tá dizendo que precisa de cargo para apoiar o governo, e sim dizendo: 'nós queremos ter mais oportunidade de dialogar, de debater as decisões do governo'", comentou o ministro. "O vice (Michel Temer) dialoga permanente com a presidente Dilma Rousseff. O que o PMDB está colocando é que ele quer participar mais."
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