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Não há maior defensor dos direitos humanos do que um policial, diz Telhada

O deputado estadual Coronel Telhada (PSDB) fará parte da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia - Leandro Martins/Futura Press
O deputado estadual Coronel Telhada (PSDB) fará parte da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Imagem: Leandro Martins/Futura Press

Em São Paulo

12/05/2015 22h13

O líder do PSDB na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Carlão Pignatari, confirmou na noite desta terça-feira (12) a indicação do deputado Coronel Telhada (PSDB) para a Comissão de Direitos Humanos da Casa.

"Vivemos em uma democracia e o deputado Telhada foi eleito legitimamente como representante da população. A sociedade quer segurança, quer ter seus direitos humanos respeitados bem como os policiais de todo o Estado", justificou o líder tucano, em resposta às críticas provocadas pela indicação.

Para a presidência da comissão, o PSDB indicou o deputado estadual Carlos Alberto Bezerra, a vice-presidência será ocupada por um parlamentar do PT.

Em entrevista ao "Broadcast Político", o deputado Coronel Telhada disse que não existe maior defensor dos direitos humanos do que um policial militar.

"Nós nos arriscamos todos os dias pela sociedade", argumentou, citando que já entrou em carro que estava pegando fogo para salvar um motorista preso no cinto de segurança e que ficou com sujeira até o pescoço para resgatar uma criança que havia caído em um esgoto.

"Então eu pergunto, será que não posso defender os direitos humanos apenas porque sou policial? E lamento que as pessoas que deveriam combater o preconceito estejam usando o preconceito contra mim."

Eleito para o parlamento estadual, em outubro do ano passado, com mais de 254 mil votos, Telhada disse que ter sido comandante da Rota não é um argumento legal para barrar sua indicação para a Comissão de Direitos Humanos. "Ouvi alguns deputados da oposição falando isso e acho que eles estão sendo preconceituosos", disse.

Com relação às críticas de setores de seu próprio partido, o deputado lamentou a nota divulgada no sábado (9), destacando que ela não representa a posição de seu partido como um todo.

"Eu fui eleito com mais de 254 mil votos e não falo pelo partido", justificou, dizendo que nesses dois dias recebeu em seu gabinete a Juventude do PSDB e líderes do Tucanafro, que manifestaram apoio à sua indicação para esta comissão.

Sobre a crítica de que seria homofóbico, o deputado diz que emprega em seu gabinete um militante da causa LGBT e que já comandou o policiamento na Parada Gay e nunca teve problema nenhum com os organizadores ou com o público. E contou também que já atuou na defesa de gays contra os skinheads, quando ocorreram confrontos no centro da capital.

O deputado disse ainda que foi indicado pelo PSDB para participar de seis comissões na Alesp. "Missão dada é missão cumprida, não reclamo. A celeuma em relação à minha indicação para a Comissão de Direitos Humanos me fez sentir vítima de preconceito, não entendo por que ninguém quer que um policial fale de direitos humanos, se nos nossos cursos de formação essa é uma matéria importante de nossa grade curricular."

Telhada, que tem 53 anos, disse que, como comandante da Rota, participou de vários confrontos, alguns com mortes. "Fui julgado e absolvido em todos, não tenho nenhuma pendência [com a Justiça]. Sou pai de família, avô e não tem motivo para eu estar sendo desprestigiado desse jeito", emendou.