Goldemberg assume Fapesp e defende limite de despesas a universidades
"A Lei 5918 de 18 de outubro de 1960, promulgada por Carvalho Pinto, que criou a Fundação, tem características originais e inovadoras mesmo sob a perspectiva de quem a lê em 2015: ela adotou um dos pilares da responsabilidade fiscal ao determinar que as despesas com administração da Fundação não poderiam ultrapassar de 5% do seu orçamento e os outros 95% utilizados exclusivamente nas atividades fins da Fundação. As universidades públicas do Estado que também tem autonomia financeira deveriam, a meu ver, adotar procedimento análogo. As boas universidades do mundo destinam, em geral, cerca de 80% dos seus recursos ao pessoal e o restante à infraestrutura de ensino e pesquisa", diz Goldemberg em seu discurso, que foi obtido com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Goldemberg, um dos maiores especialistas em energia do País e ex-reitor da Universidade de São Paulo (USP), assume o cargo que foi ocupado nos últimos oito anos pelo professor titular da Faculdade de Direito da USP Celso Lafer.
O físico vai destacar o "papel fundamental" da Fapesp "na elevação do nível científico e tecnológico do Estado" e a cooperação internacional, que "recebeu grande impulso sob a presidência do Prof. Celso Lafer nos últimos anos". Em seu discurso, ele defende também que a fundação tenha um papel mais atuante "na inovação e no papel do Estado como indutor do desenvolvimento".
O pesquisador cita problemas que merecem o que ele chama de "estudos do estado da arte": "produção de vacinas contra a malária e o dengue, eficiência energética, mobilidade urbana, sustentabilidade, conflitos sociais, mudanças climáticas até os limites éticos da engenharia genética".
Lafer, por sua vez, em seu discurso de transmissão do cargo - também obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo-, vai lembrar a importância de a Fapesp ter "a autonomia balizada pelo teto de 5% de seu orçamento com gastos da sua própria administração para permitir que os 95% restantes do seu orçamento sejam mobilizados para a atividade fim da Fapesp".
Ele destaca que essa característica, entre outras, foi o que fez da Fapesp, "nos 53 anos de sua existência, uma instituição exemplar na vida de São Paulo e do Brasil, a ser cuidada e preservada". Para Lafer, foram importantes também as seguintes diretrizes: "a de que cabe à Fapesp apoiar a pesquisa e não fazer pesquisa; a de que o âmbito de sua atuação deve ser limitado apenas pela idoneidade dos projetos e pela extensão dos recursos disponíveis; a de que a Fapesp deve apoiar todos os campos do conhecimento; a do reconhecimento da interdependência entre pesquisa básica e aplicada; o empenho na objetividade e imparcialidade na avaliação do mérito das solicitações apresentadas pela análise dos pares".
Lafer ainda agradece a oportunidade de ter sido presidente e deseja boa sorte a Goldemberg. "Não é este o momento de fazer o balanço das realizações da Fapesp nesses 8 anos, balanço que tive a ocasião de relatar, de maneira circunstanciada em textos escritos e em distintos foros, em especial nestes últimos meses. O momento é de quem chega, e não de quem se despede com a consciência do dever cumprido e com antecipadas saudades do privilégio de ter exercido a presidência da Fapesp."
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