Dilma encontra Lula em SP e busca apoio de movimentos sociais
Depois de um fim de semana de intensas articulações, em Brasília, para tentar barrar o processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff segue na tarde desta terça-feira (13) para São Paulo, onde irá se encontrar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para discutir os próximos passos desse processo. Ao mesmo tempo, a presidente Dilma buscará apoio junto aos movimentos sociais ao participar da abertura do Congresso da CUT nesta terça-feira. No encontro da CUT, Dilma vai aparecer não só ao lado de Lula, mas também do ex-presidente do Uruguai José Mujica.
Mais cedo, Dilma se reuniu no Palácio do Planalto com 11 ministros e os três líderes do governo no Congresso. Pediu apoio aos ministros e aos partidos que eles representam. O governo quer impedir, a todo custo, a instauração do processo de seu afastamento.
Durante a realização da reunião no Planalto, chegou à presidente e aos ministros, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender qualquer rito estabelecido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para dar andamento a um eventual processo de impeachment contra Dilma. A decisão do STF foi bem recebida pela assessoria da presidente Dilma.
Apesar de considerarem essa decisão boa para o governo, há uma preocupação grande ainda porque todos têm consciência de que Eduardo Cunha, ferido neste momento com as acusações contra ele, pode, a qualquer momento por sua iniciativa, determinar a abertura do processo de impeachment. Portanto, embora a decisão seja considerada uma vitória, na verdade, é apenas um suspiro e não um alívio completo, de fato.
O governo quer se reaproximar de Cunha e interlocutores estão tentando restabelecer uma ponte com ele, para saber o que o presidente da Câmara quer, na verdade. Não está descartado que até a própria presidente possa procurá-lo. Mas, antes disso, outros auxiliares de Dilma estão fazendo essa ponte.
Além de procurar os movimentos sociais, a presidente Dilma também está procurando restabelecer diálogo com o empresariado, que começou a dar sinais de afastamento do governo, o que não seria nada bom para Dilma. Na reunião com os ministros, a presidente disse a todos que o momento é de diálogo e reaproximação e este será o trabalho de todos nas próximas horas e nos próximos dias, já que a imprevisibilidade de Cunha será o fator determinante neste momento.
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