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Estabilidade política que caracterizou País na última década desapareceu, diz FT

Ao detalhar a instabilidade política do país, Financial Times relata boato sobre saída de Joaquim Levy que correu pelo mercado na sexta - Ueslei Marcelino/Reuters
Ao detalhar a instabilidade política do país, Financial Times relata boato sobre saída de Joaquim Levy que correu pelo mercado na sexta Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Em Londres

21/10/2015 08h24

Nuvens políticas prejudicam as perspectivas de investimento no Brasil. Esse é o resumo de análise que ocupa a contracapa da edição impressa do jornal Financial Times (FT) desta quarta-feira (21). Assinada pelo chefe da sucursal de São Paulo do FT, Joe Leahy, o texto destaca que a presidente Dilma Rousseff teve na sexta-feira (16) uma amostra do eventual custo de perder o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

A análise cita que "vários fatores afetam o mercado brasileiro". No campo doméstico, analistas ouvidos pelo FT citam que o adversário é "quase exclusivamente político". "Durante os dez primeiros meses do segundo mandato da senhora Rousseff, a estabilidade que caracterizou muito da última década da política brasileira desapareceu", cita o texto.

"Se Dilma Rousseff queria saber o custo de perder de repente o respeitado ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ela teve uma resposta na sexta-feira. Rumores que ele estaria saindo se espalharam quando os investidores estavam indo para casa no fim de semana. Até o momento em que o governo negou oficialmente uma ou duas horas mais tarde, o real caiu cerca de 3% em relação ao dólar", analisa o FT.

Para Joe Leahy, o episódio do fim da semana passada "destaca a nova realidade de investimento no Brasil: o maior mercado de capitais da América Latina tornou-se impulsionado pelo risco político". O texto lembra que, além dos problemas econômicos, a presidente Dilma Rousseff corre o risco de ser alvo de um processo de impeachment no Congresso.

Para piorar o cenário brasileiro, o texto lembra que quadro externo tem ainda a combinação negativa para o Brasil composto pela perspectiva de aumento dos juros nos Estados Unidos somada com a desaceleração da China.