Chalita diz não 'contar' com escolas do Estado para creches
01/12/2015 13h50
"São prédios que não foram construídos para creche. Eles precisam ser adaptados, precisam de reformas e a gente ainda não tem um detalhamento desses espaços. E também porque a gente está tendo muito cuidado porque essa é uma discussão do Estado com a sua rede. Temos que esperar terminar essa discussão [com os alunos, pais e professores contrários à reorganização] para ver se de fato essas escolas vão ser fechadas", disse Chalita. A reorganização prevê o fechamento de 93 escolas, 25 delas na capital.
Ainda de acordo com Chalita, um levantamento preliminar da prefeitura apontou que 20 escolas disponibilizadas estão em regiões da cidade em que há demanda por creche. "A gente não quer entrar nisso nesse momento. Porque é uma outra rede de ensino, outra secretaria. É importante [que o Estado] faça essa discussão com a sua rede, porque nós [da área da educação] falamos tanto da autonomia das escolas, do pertencimento, e da importância dos alunos se apropriarem das escolas. Tenho certeza que haverá sensibilidade do Estado para refletir sobre isso".
Chalita disse que a prefeitura tem interesse em ser "parceira" do Estado, caso as escolas sejam disponibilizadas. "A prefeitura está sempre disposta [a parcerias]. A bandeira da educação sempre tem que estar acima de questões políticas", disse Chalita, que foi secretário de Educação de Geraldo Alckmin (PSDB) de 2002 a 2006.
Reorganização
Em setembro, o secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, divulgou uma reforma para que as escolas estaduais tenham ciclo único. A medida faz com que 754 unidades ofereçam só os anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), finais (6º ao 9º) ou ensino médio. Com isso, mais de 300 mil alunos serão transferidos e 93 escolas, fechadas.
Desde que foi anunciada, a medida tem gerado críticas de especialistas, pais, alunos e professores. A insatisfação já levou à ocupação de 190 escolas em protesto contra a reforma. Chalita também criticou a decisão de reorganização do Estado.
"Conceitualmente, não é assim que as redes de ensino vem trabalhando. Na escola você tem mesmo a convivência dos diferentes, por isso mesmo que se fala tanto em educação inclusiva. Essa convivência [de alunos de diferentes idades] não é prejudicial, não há tese que ateste isso".