Baixa adesão a protestos traz alívio ao governo, que evita comemorações
O Planalto respirou aliviado neste domingo (13), quando os primeiros balanços dos protestos contra a presidente Dilma Rousseff indicavam baixa presença de manifestantes nas ruas. Nas primeiras análises, a presidente e seus auxiliares mais próximos adotaram, no entanto, uma postura de cautela, segundo assessores do governo.
Embora fosse nítido que os organizadores dos protestos não conseguiram repetir o feito das manifestações de agosto, o palácio avaliou que os protestos deste domingo não podem ser usado como termômetro para a situação de crise.
A assessoria do governo informou que a presidente permaneceu durante todo o dia no Palácio da Alvorada, sem receber visitas. O esquema de segurança da Presidência não precisou de reforço. As vias de acesso à residência oficial tiveram um dia típico de final de semana, com pouco trânsito e turistas em suas margens.
A poucos quilômetros dali, na Esplanada dos Ministérios, local de manifestações na capital, os organizadores do protesto conseguiram reunir apenas 3.000 pessoas, na estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal.
Nas análises repassadas à presidente por telefone, auxiliares do governo registraram que ela não foi poupada dos protestos, mas nenhuma outra figura foi cortejada pelos manifestantes. Também houve protestos contra o vice-presidente Michel Temer (PMDB), que na semana ensaiou uma ruptura com o governo por meio de uma carta de queixas, e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Manifestantes pediram a saída dos dois.
Os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social) trocaram impressões sobre os protestos.
"Tudo dentro da normalidade em um país democrático, que respeita a legalidade, que respeita as instituições, um Brasil que estamos construindo com muita dedicação democrática," disse Edinho, após a conversa por telefone com Wagner.
O governo avalia que terá o período de final de ano para conseguir esfriar o clima de tensão política, com as festas de Natal e Réveillon e o Carnaval. Pelo menos até março não estão previstas grandes manifestações. É o tempo que o Planalto considera fundamental para reavaliar estratégias políticas e ganhar força na opinião pública.
Para auxiliares da presidente, a tese do impeachment, emplacada pela oposição na última semana, não chegou à sociedade. Nessa análise, o governo ainda tem espaço para disputar a opinião pública.
A meta é intensificar, nas próximas semanas, iniciativas de "esclarecimento" à população de que essa tese é política e não jurídica. Ministros próximos da presidente defendem campanhas arriscadas, para ressaltar que fomentadores do impeachment, como Eduardo Cunha, estão atolados em denúncias de corrupção.
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