Topo

Governo negocia compra de repelente para 400 mil grávidas do Bolsa Família

27/01/2016 14h49

Brasília - O governo começou a negociar nesta quarta-feira, 27, a compra de repelentes para fornecer a cerca de 400 mil grávidas que estão inscritas no programa Bolsa Família para que elas possam se proteger do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão do zika vírus.

Em uma reunião no Palácio do Planalto com cerca de 30 empresas que fabricam o produto, os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Marcelo Castro (Saúde) afirmaram que o governo já tem os recursos necessários para adquirir os repelentes e reforçaram o caráter de urgência da medida.

As empresas, por sua vez, ficaram de dar uma resposta até sexta-feira sobre a quantidade que cada uma pode fornecer imediatamente. Os ministros afirmaram durante a reunião que o governo está disposto a comprar produtos de diferentes marcas, desde que eles cumpram determinados requisitos. O Ministério da Saúde vai enviar um questionário técnico para cada empresa para avaliar as especificidades dos repelentes, com perguntas como de quanto em quanto tempo é necessário reaplicar o produto.

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), João Carlos Basilio, as fabricantes estão dispostos a atender o apelo do governo e agilizar a entrega dos produtos. Segundo ele, não se falou em preços durante a reunião, mas é natural que haja uma negociação para que o governo consiga comprar os repelentes com um valor diferenciado.

O zika vírus é apontado como responsável pelo aumento do número de bebês com microcefalia que têm sido registrados no país desde o fim do ano passado. Segundo o boletim divulgado nesta quarta pelo Ministério da Saúde, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados em todo o País até 23 de janeiro.

Nesta segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff cobrou do ministro da Saúde ações concretas para combater o mosquito, que transmite também a dengue e a febre chikungunya. A presidente se mostrou incomodada com as declarações polêmicas de Castro, especialmente a de que o Brasil estava perdendo a guerra contra o Aedes aegypti.