Tucanos fazem debate tenso na reta final das prévias em São Paulo
No evento, que foi promovido pelo jornal Folha de S.Paulo, correligionários do empresário João Doria, do vereador Andrea Matarazzo e do deputado federal Ricardo Tripoli trocaram provocações e chegaram a bater boca.
Por uma determinação do diretório municipal tucano, os pré-candidatos não puderam fazer perguntas entre si e responderam apenas questionamentos da plateia e de jornalistas. Fundador do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), Doria foi questionado sobre a denúncia, feita pelo vereador Adolfo Quintas (PSDB), de que ele estaria "cooptando" apoios mediante compensação financeira.
"Sou empresário privado. Não tenho função pública. Aqueles que participam conosco é porque querem", respondeu. Em seguida, o empresário ressaltou que, ao contrário dos adversários, que ocupam cargos eletivos, ele não teria "respaldo público". O comentário irritou Matarazzo. "João Doria disse que nós temos respaldo público. Nós não temos respaldo público nenhum", respondeu o vereador.
Da plateia, um aliado de Doria chamou Quintas de "pilantra" e foi repreendido por um correligionário de Matarazzo. "Pilantra é você". O vereador então saiu em defesa do colega de parlamento. "O vereador Adolfo Quintas falou algo que ele deve saber. Falou por conta e risco. Não admito que se fale de um vereador assim", disse Matarazzo.
Afinidade
Tripoli e Matarazzo, prováveis aliados em um eventual segundo turno, demonstraram afinidade no discurso e evitaram críticas entre si. Ambos minimizaram o apoio do governador Geraldo Alckmin a Doria. "Apoio você conquista. Cada eleitor tem um voto. O voto do Zé Favela é igual ao do governador, do senador e do ex-presidente", disse Tripoli.
Em uma indireta a Doria, que é filiado ao PSDB desde o ano 2000, mas nunca teve vida orgânica na legenda, o deputado afirmou que sua militância é antiga e que não precisa ser "apresentado" aos militantes.
Para ressaltar o apoio de Alckmin, Doria levou ao debate os secretários estaduais Saulo de Castro Abreu (Governo), João Carlos Meirelles (Energia) e Felipe Sigollo (adjunto de Desenvolvimento Social).
O empresário também foi cobrado, em um pergunta da plateia, por uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo que revelou que ele fez doações para políticos do PT, do PCdoB e até para o presidente da Fiesp, Paulo Skaf (PMDB), que disputou o governo paulista em 2014 fazendo críticas a Alckmin. "O Lide não tem posição partidária. José Aníbal (presidente do Instituto Teotônio Vilela e aliado de Tripoli) já participou de nossos eventos. Fizemos doações para candidatos do PCdoB, DEM, PT", disse o empresário.
Já Matarazzo foi cobrado por ter permanecido na gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM) quando ele disputou, em 2008, a reeleição contra Alckmin. "Cumpri o mandato do Serra (que foi eleito em 2004, mas deixou o mandato na metade para disputar o governo paulista). Quando eu estava na prefeitura, fui perguntar a ele (Alckmin) se achava que eu deveria sair. Ele respondeu: 'Não há menor necessidade disso.'" Matarazzo foi secretário das subprefeituras de Kassab e deixou o governo municipal em 2009.
Em outro momento, o vereador foi questionado sobre uma declaração do senador tucano José Serra, que é seu aliado, dizendo que considera "irritante" o carnaval de rua São Paulo organizado pela gestão Fernando Haddad (PT) e o fechamento da Avenida Paulista aos domingos.
"Serra estava irritado com o carnaval de rua porque mora na Vila Madalena. Por isso se incomodou um pouco. Ninguém está reclamando do fechamento da Avenida Paulista. É uma coisa que funcionou. As pessoas gostam, mas pode se aperfeiçoar. Isso não pode ser o problema central."
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