Senador da Bahia anuncia voto contra o impeachment
"Sou contra do ponto de vista técnico. Estou convencido de que não há crime de responsabilidade e esta ação vai abrir uma jurisprudência contra Estados e municípios", afirmou o senador, defendendo que as chamadas "pedaladas" são prática comum nas diferentes esferas do poder Executivo.
Otto justificou que preferiu guardar seu voto em segredo porque pretendia ser membro titular da comissão de impeachment e, inclusive, tentar a vaga na relatoria. Ele aproveitou para criticar o relator eleito, Antonio Anastasia (PSDB-MG). "No lugar dele, eu jamais teria aceitado a relatoria. Se você já se posicionou, não deve exercer essa função."
De acordo com ele, o processo de impeachment é um "movimento político" que se aproveita da baixa popularidade da presidente da República. "Se a economia estivesse bem, se não houvesse desemprego, ninguém estaria abandonando a presidente, não haveria impeachment, porque não há crime", argumentou.
O senador criticou ainda a ação de muitos deputados e partidos que deixaram a base do governo após mais de uma década de apoio. "O nome disso é falta de vergonha", criticou.
Segundo Otto, ele foi procurado nesta quarta-feira, 27, pelo presidente de seu partido (PSD), Gilberto Kassab. Eles se encontraram no fim da tarde no gabinete do senador. Em conversa particular, Kassab expressou seu respeito pela posição do senador baiano e reiterou que nunca cobrou da bancada qualquer apoio ao vice-presidente Michel Temer ou o contrário. Os deputados e senadores estariam livres para exercer o seu voto.
O senador lamentou que Kassab tenha deixado o governo, mas disse que a situação foi apenas uma consequência. "Ele não conseguiu entregar os votos do partido contra o impeachment, não estava sob o controle dele", disse.
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