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Parlamentares do PMDB defendem fim da reeleição

Proposta de acabar com a reeleição é um dos argumentos de Temer por apoio - ANDRESSA ANHOLETE-11.abr.2016/AFP
Proposta de acabar com a reeleição é um dos argumentos de Temer por apoio Imagem: ANDRESSA ANHOLETE-11.abr.2016/AFP

Em Brasília

28/04/2016 17h01

Representantes das bancadas do PMDB do Senado e da Câmara defenderam nesta quinta-feira (28), a votação de uma proposta que acabe com o instituto da reeleição. A elaboração do projeto é um dos argumentos que o vice-presidente da República, Michel Temer, tem utilizado junto a integrantes da oposição e da base aliada para conquistar apoio para um eventual governo.

"Uma das reformas que está dentro do debate do PMDB é o fim da reeleição. E o presidente Michel, não indo à reeleição, não havendo reeleição, terá uma liberdade ainda maior para fazer as reformas que aquele que está comprometido com uma eleição futura, isso traz consequências ou dificuldades", afirmou o deputado Sérgio Souza (PMDB-PR) ao chegar para encontro com Temer na vice-presidência.

"Eu particularmente sou favorável, mas se pudesse aumentar o mandato para cinco anos. Acho que quatro é pouco e oito anos é demais, cansa um pouco a população", afirmou o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que também se reuniu com Temer.

O fim da reeleição foi tratado nos últimos dias em conversas entre o vice-presidente e lideranças do PSDB, que ainda relutam em anunciar um futuro embarque no governo.

A discussão prévia sobre uma proposta de emenda à Constituição ocorreu em encontro com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), realizada na manhã de quarta-feira na residência do tucano.

As conversas ocorreram um dia após o vice se reunir com os líderes do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), e o da Câmara, Antônio Imbassahy (BA).

Além do fim da reeleição, os tucanos têm cobrado de Temer, que, caso ele assuma a Presidência, não percorra o país pedindo votos pelo PMDB, partido do qual é presidente, nas próximas eleições municipais de outubro. Integrantes da cúpula do PSDB também têm ressaltado nas conversas com o vice para que a discussão sobre a composição do novo governo seja feita de forma institucional.

"Ele nos disse que tem um conflito compreensível, de que não pode avançar, que tem de respeitar o rito do impeachment no Senado e, ao mesmo tempo, não pode ficar parado", afirmou Cassio Cunha Lima. "A única coisa que pedimos é que, para ter paz conosco, que faça esse roteiro institucional", emendou.

Entre os nomes cotados para o governo Temer está o dos senadores José Serra (SP) para o Ministério da Educação e Aloysio Nunes (SP) para o de Relações Exteriores.