Serra diz que não há decisão sobre embaixadas na África e critica PT por "onda"
Depois de passar por Cabo Verde, em sua primeira viagem internacional fora das Américas como novo ministro das Relações Exteriores, José Serra, negou que haja qualquer decisão sobre o fechamento de embaixadas brasileiras na África e acusou a oposição do PT de inventar a informação.
Em Paris, ele foi questionado sobre a perspectiva de fechamento dos postos no continente africano e as especulações de que as representações em Serra Leoa e Libéria seriam as duas primeiras atingidas. Serra esteve na sexta-feira e no sábado em Cabo Verde, primeira escala de sua viagem internacional que tem a França como segunda etapa.
"Isso não tem nada a ver. É uma onda sem pé, nem cabeça. Eu apenas mandei fazer uma análise da utilidade e dos custos de cada embaixada. É uma providência elementar", justificou. "Como esse pessoal do PT não tem nada para falar a respeito do atual quadro, ficam caraminholando em torno dessas coisas", afirmou.
Serra reiterou o interesse do Brasil em se aproximar da África. "Para nós, (a visita) foi um primeiro contato com a África, claro que em uma região bastante restrita, mas um começo de preparação para o encontro Brasil-África que faremos no ano que vem", disse.
"A África subsaariana cresceu entre 2000 e 2010 ao ritmo equivalente ao dobro da América do Sul, e de 2010 a 2016 a um ritmo equivalente ao triplo. É um mercado crescente para nós e que nos interessa bastante," concluiu.
Elogios ao semipresidencialismo
Em Paris, Serra voltou a defender a adoção do semipresidencialismo no Brasil, fazendo elogios ao sistema político de Cabo Verde e ao de Portugal, nações que têm presidente e primeiro-ministro.
Na capital da primeira, Praia, encontrou-se com o presidente, José Carlos Fonseca, e com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, quando tratou de assuntos como a cooperação nas áreas de saúde, educação e militar e a realização do congresso dos países de língua portuguesa.
Ao comentar sobre a viagem, derivou de forma espontânea para o sistema político do país, que elogiou. "Eles têm um sistema semipresidencialista, que é precisamente o que eu acredito que seria o melhor para o Brasil. Tem o primeiro-ministro, que cuida do governo, e o presidente, que cuida dos assuntos do Estado", descreveu.
Questionado se acharia adequada a adoção do modelo semipresidencialista como o da França no Brasil, Serra ponderou: "Como em Portugal, que talvez seria o mais parecido". "É semi porque tem eleição direta para presidente. O presidente não é eleito pelo Congresso, como é na Itália ou na Alemanha", afirmou.
Serra também elogiou Cabo Verde. "É um país que tem o segundo índice mais baixo de corrupção da África, é um dos três países de renda média na África. É quase um modelo do ponto de vista da região", reiterou.
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