Planalto tenta minimizar vazamento e manter ministro da Transparência no cargo
Fabiano Silveira foi gravado por Sérgio Machado, que se tornou delator da operação. Os áudios foram exibidos no domingo pelo programa Fantástico, da TV Globo. No áudio, após Machado criticar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Silveira disse: "Eles estão perdidos nessa questão [da Lava Jato]".
No encontro, porém, o peso do vazamento foi minimizado, em comparação com o áudio que derrubou o senador Romero Jucá (PMDB-RR) do Ministério do Planejamento. Além disso, foi levado em conta o fato de Fabiano estar presente na casa do presidente do Senado como "técnico", até mesmo pelo tratamento dispensado aos presentes, principalmente a Renan. Fabiano é servidor do Senado e foi indicado para o CNJ por Renan.
Segundo a reportagem, Machado disse aos procuradores que "foi à casa de Renan para conversar sobre as providências" que ele estava pensando sobre a Lava Jato e afirmou que Silveira e outro advogado, Bruno Mendes, estiveram no encontro.
Ainda no domingo, Fabiano Silveira enviou nota em que negou interferência na Lava Jato e afirmou ter passado "de passagem" na residência do Senado, sem saber da presença de Sérgio Machado. Ele negou relação com Machado e disse que esteve "involuntariamente" e em "conversa informal".
Casa Civil
O presidente em exercício, Michel Temer, está reunido desde o final da manhã desta segunda-feira, 30, com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, no Palácio do Planalto, para um parecer da situação do ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira. A avaliação de interlocutores do presidente é que ainda "é preciso esperar o desenrolar dos fatos" para que se tome uma decisão.
Segundo fontes, após o encontro na noite de ontem, Silveira teria saído de lá convencido de que Temer lhe daria mais um voto de confiança.
No Palácio do Planalto, o clima é de apreensão e espera. "O assunto dominante é esse, vamos de novo começar a semana no improviso", disse outro assessor palaciano.
Essa é a segunda semana seguida que o governo Temer começa tendo que resolver problemas relacionados ao alto escalão. Na segunda-feira passada, após o então ministro do Planejamento, Romero Jucá, ser flagrado em áudios com Machado falando em "estancar a sangria" na Lava Jato, Temer teve a primeira baixa em sua equipe. Jucá ficou apenas 12 dias no cargo e pediu licença do Planejamento para esclarecer os fatos.
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