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A corrupção atingiu o 'coração do governo', diz procurador

O ex-ministro Paulo Bernardo deixa o apartamento da mulher, a senadora Gleisi Hoffman, em um carro da Polícia Federal Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

De São Paulo

23/06/2016 14h42

O procurador da República Andrey Borges de Mendonça, que integra a força-tarefa da Operação Custo Brasil, deflagrada nesta quinta-feira (23), declarou que "infelizmente, a corrupção não é um privilégio da Petrobras, ela está espraiada como um câncer em diversas instituições".

A Petrobras foi o alvo primeiro da Operação Lava Jato, a maior investigação já realizada no País contra malfeitos com recursos públicos. A Lava Jato descobriu que a organização criminosa que desviou dinheiro da estatal petrolífera estendeu suas ações para outras empresas públicas e ministérios, entre eles o do Planejamento, Orçamento e Gestão, quando a pasta era dirigida por Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisy Hoffmann (PT-PR).

A Custo Brasil aponta desvios de R$ 100 milhões a partir da contratação da empresa Consist na gestão de Paulo Bernardo, em 2010 (governo Lula) e foi desencadeada a partir da delação premiada do advogado Alexandre Romano, o Chambinho, alvo de uma etapa anterior da Lava Jato, em 2016.

Borges destacou que não apenas a delação de Chambinho deu suporte à investigação que pegou o ex-ministro de Lula e Dilma (Comunicações). "Ela (a delação) é importante, o ponto de partida, mas esta operação é muito mais que a mera colaboração premiada", afirmou.

O procurador demonstrou perplexidade e indignação ante os valores desviados. "Cem milhões de reais foram desviados de funcionários públicos, que se privaram de medicamentos e de suas necessidades básicas para abastecer os cofres públicos."

"A gente não pode admitir que isso passe a ser o custo Brasil, que seja natural esse custo Brasil, algo natural na nossa sociedade", pregou o procurador. Borges anotou que a Operação Custo Brasil "mostrou isso, o coração do governo estava atingido por esse mal (a corrupção)."

 

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