Cunha é alvo de nova denúncia no STF por esquema de corrupção na Caixa
A PGR (Procuradoria-Geral da República) ofereceu nova denúncia contra o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Lava Jato, por suposto envolvimento em esquema de corrupção na Caixa. A acusação também tem como alvo o ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o corretor Lúcio Funaro, seu assessor, Alexandre Margotto, e o ex-vice-presidente da Caixa Econômica, Fábio Cleto.
A informação consta de decisão do ministro Teori Zavascki, divulgada nesta sexta-feira (1º), na qual fundamenta a prisão de Funaro, amigo de Cunha.
"Destaca-se, ainda que o requerido (Funaro) foi recentemente denunciado nesta Corte, juntamente com o deputado federal Eduardo Cunha e outros, pela suposta prática de crimes, em razão do envolvimento 'na implantação e no funcionamento do esquema de corrupção e lavagem de dinheiro relacionado à Caixa Econômica Federal, ao menos entre os anos de 2011 e 2015", afirmou o magistrado.
Esta é a terceira denúncia contra Cunha na Lava Jato. Antes, acreditava-se que a terceira denúncia envolvia um esquema de recebimento de propina nas obras do Porto Maravilha. No entanto, no dia em que foi oferecida ao STF, a acusação foi incluída de forma equivocada no sistema interno da Corte porque os dois casos são correlatos. Como os processos são sigilosos, a PGR não corrigiu o erro para não revelar informações sobre as investigações.
Aquela que se acreditava ser uma terceira denúncia contra o deputado, envolvendo um esquema de recebimento de propina nas obras do Porto Maravilha, na verdade se tratava da acusação sobre o esquema da Caixa. Os casos estão relacionados, mas o último é mais abrangente e envolve os outros quatro denunciados.
Na decisão, Teori não detalha o teor das acusações, que correm em sigilo. O STF já aceitou denúncias contra Cunha em outros dois casos, abrindo ações penais. Num deles, o deputado é acusado de receber propinas de contratos de empresas fornecedoras de navios-sonda com a Petrobras. Em outro, responde por supostamente manter contas ocultas na Suíça, alimentadas por recursos desviados da estatal.
Outro lado
Em nota, Cunha disse desconhecer o delator e negou qualquer crime. Veja a íntegra:
Em relação aos fatos hoje divulgados, tenho a esclarecer o que se segue:
1) Desconheço o conteúdo da delação, porém quero desmentir com veemência os supostos fatos divulgados e desafio a provarem
2) Não recebi nem combinei com quem quer que seja qualquer vantagem indevida de nenhuma natureza
3) O delator, ao que parece, é réu confesso de práticas irregulares, as quais cabe a ele responder por elas
4) Não tenho operador, gestor financeiro ou qualquer coisa do gênero e também não autorizei a ninguém a tratar qualquer coisa em meu nome
5) Lamento que todas as denúncias formuladas são baseadas em palavras de delator, com histórias fantasiosas, onde não tive nem direito de ser ouvido em sede de inquérito para estabelecer o contraditório
Assessoria Eduardo Cunha
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