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Linha 5 do Metrô fica R$ 260,8 milhões mais cara e é alvo de investigação

Obra do metrô da Linha 5 Lilás - Rodrigo Dionisio/Frame/Folhapress
Obra do metrô da Linha 5 Lilás Imagem: Rodrigo Dionisio/Frame/Folhapress

Em São Paulo

21/07/2016 07h35

Alvo de questionamentos do TCE (Tribunal de Contas do Estado) e de ação judicial do MPE (Ministério Público Estadual), a Linha 5-Lilás do Metrô vai ficar R$ 260,8 milhões mais cara. O Metrô (Companhia do Metropolitano de São Paulo) assinou dois novos contratos para obras de "acabamento" e "acessos" em duas estações e no pátio de manutenção e estacionamento de trens que estão em construção na zona sul da capital.

Somente no Pátio Guido Caloi, no Jardim São Luís, o custo das obras, que tiveram início em janeiro de 2013, subirão 54%, de R$ 297,1 milhões para R$ 457 milhões. O novo contrato, no valor de R$ 159,9 milhões, foi assinado com o consórcio Via-Planova, com prazo de 21 meses de execução. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) havia prometido entregar esse pátio em 2015. Agora, a previsão é para o final de 2017.

O Metrô afirma que "no decorrer da obra" sua equipe de engenheiros "constatou a necessidade de reforçar as fundações do Pátio Guido Caloi" e que "as lajes de sustentação das paredes do estacionamento subterrâneo de trens (a 25 metros de profundidade) também sofreram alterações no método construtivo por causa das características arenosas do solo".

Já o segundo contrato, no valor de R$ 100,1 milhões, foi assinado com a construtora Construcap para a execução de instalações hidráulicas, paisagismo, urbanismo e requalificação do entorno nas estações AACD-Servidor e Hospital São Paulo, que chegaram a ser prometidas para 2014 e também devem ser entregues até o fim de 2017. Esse trecho já está em construção pelo consórcio Carioca-Cetenco por R$ 458,5 milhões.

"Houve a necessidade de contratação complementar por conta de intercorrências inerentes à complexidade do empreendimento", afirma o Metrô, que nega ter havido aumento de custos. Segundo a estatal, houve economia de 30%, ou US$ 134 milhões, no contrato de financiamento da obra com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). "O Metrô negocia com o agente financiador o remanejamento para custear obras complementares."

O aumento de custos da Linha 5-Lilás, que fará a conexão com as Linhas 1-Azul e 2-Verde e terá 11,5 km de extensão e mais dez estações (só Adolfo Pinheiro foi entregue), já é alvo de investigação do TCE. O tribunal apura diferenças entre orçamentos e quantidade de material consumido na construção, que fizeram o orçamento da obra saltar de R$ 3,4 bilhões para R$ 4,5 bilhões. Em junho, o conselheiro Antonio Roque Citadini deu prazo de 60 dias para o Metrô explicar uma série de alterações feitas nos contratos.

Na semana passada, o MPE moveu ação judicial pedindo a condenação do Metrô e oito agentes públicos, entre os quais cinco ex-presidentes da companhia e o atual secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, pelo suposto abandono de 26 trens da Linha 5. As composições foram compradas em 2011 por R$ 615 milhões e estão paradas porque a conclusão da linha atrasou. O Metrô nega prejuízo.

Cumbica

Já a Linha 13-Jade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), entre São Paulo e Guarulhos, deve entrar em operação em 2018 sem a conclusão do monotrilho que levará passageiros da estação de trem até os terminais do Aeroporto de Cumbica. A GRU Airport, responsável pelo aeroporto, anunciou que faria o modal até 2014, mas o projeto não saiu do papel. Agora, afirma que "está avaliando as alternativas técnicas" para conectar os terminais à estação" e que "o cronograma do projeto está em linha com o prazo de entrega das obras da Linha 13-jade". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.